sexta-feira, 10 de maio de 2019

LEITURA 1 A COROA DA CRIAÇÁO

 LEITURA 1 A COROA DA CRIAÇÁO
Jan 1

Gênesis 1—2
“E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31).
O trabalho de cada dia da Criação se encerra com a avaliação divina, “era bom”. Somente o trabalho do sexto dia, no qual o Senhor criou a humanidade, ganhou a aprovação suprema — “muito bom”.

Visão Geral
Deus criou os céus e a terra (1.1). O processo organizado descrito aqui passa da formação de um ambiente singular para a vida (w. 3-19), à povoação da terra com vida animal (w. 20-25), à criação de seres à imagem de Deus (w. 26,27). O homem, a coroa da Criação concluída, está destinado ao domínio (w. 28-31). Gênesis 2 retorna para examinar mais cuidadosamente estes seres destinados a ser a coroa da Criação de Deus.
Entendendo o Texto
Criar (Gn 1.1). A palavra hebraica bara’ não significa “criar alguma coisa a partir do nada”, mas dar início ou originar uma sequência de eventos. O livro de Gênesis afirma que Deus é a causa de tudo o que existe. Deus — e não o acaso — originou toda a vida e os seres humanos formados de maneira singular. Contemplar a Deus como Criador é uma fonte de grande consolo.
“Sem forma e vazia” (Gn 1.2). A segunda lei da termodinâmica afirma que, se abandonado, qualquer sistema irá decair. Mas a nossa terra contém formas de vida que são altamente organizadas e complexas, distantes do estado “sem forma e vazia” que esta lei universal da natureza prediz.
Na Rússia, o Dr. Boris P. Dotsenko, na ocasião chefe do departamento de física nuclear no Instituto de Física em Kiev, começou a pensar seriamente a respeito da natureza do universo. “De repente, eu percebi”, escreveu ele posteriormente, “que deve existir uma força organizadora muito poderosa que age contrariamente à tendência desorganizadora que há na natureza, mantendo o universo controlado e em ordem. Esta força não poderia ser material; caso contrário, ele também ficaria desordenado. Eu concluí que este poder deve ser, ao mesmo tempo, onipotente e onisciente. Deve haver um Deus — um único Deus — que controla tudo” (Larry Ri- chards, It CouldntJust Happen [Fort Worth: Sweet, 1989], pág. 17).
Posteriormente, no Canadá para estudos adicionais, o Dr. Dotsenko apanhou uma Bíblia. Ali, ele conheceu o Deus que ele tinha decidido que devia existir, e tornou-se um cristão.
“O dia primeiro” (Gn 1.5). Os cristãos debatem o significado de “dia” em Gênesis 1. Alguns acreditam que “dia” é usado de maneira imprecisa, para indicar uma era. Outros, observando a “tarde” e a “manhã” mencionadas no texto, concluem que o significado é de um dia de 24 horas. Mesmo aqui, existe um debate. Os dias de 24 horas foram consecutivos? Ou poderiam ter sido separados por milhões de anos?
As Escrituras pouco fazem para satisfazer a nossa curiosidade científica. Por quê? Talvez porque “pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hb 11.3). Mesmo se os detalhes fossem conhecidos, os incrédulos zombariam e ainda se apegariam aos seus caprichos.
Mas existe ainda outra razão.
O livro de Gênesis nos incentiva a olhar além do material, ao imaterial — além da Criação, para o Criador. Nada deve nos distrair do reflexo de Deus que nós vemos no que Ele criou.
“Haja” (Gn 1.3,6,9,etc.). Todos, exceto um, dos atos criativos de Deus, foram realizados pelo simples expediente de proferir a palavra. O salmista toma este tema, e clama: “[Ele] falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (SI 33.9). Os ecos das palavras de Deus ainda são ouvidos na criação que, então, passou a existir. O Salmo 19 diz que “os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos”. E acrescenta que “Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes” (w. 1-3).
O testemunho da Criação à existência de Deus é uma pedra fundamental do argumento de Paulo de que os seres humanos se desviaram de Deus. Em Romanos 1.20,21, Paulo diz que “as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis”. Eles ficam inescusáveis porque “tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças”. Que lembrete, para mim e para você. Quando nós andamos pela praia, olhamos maravilhados para as estrelas, ou sentimos a fragrância de uma flor, nós devemos sentir que Deus está falando conosco por meio da sua criação. E, vendo-o, nós devemos adorá-lo e dar graças.
“Domine” (Gn 1.26). O conceito de domínio afirmado aqui não é um “direito de usar”, mas uma “obrigação de guardar e proteger”. A responsabilidade do homem moderno com o bem-estar ecológico da terra é declarada aqui, no livro de Gênesis, muito tempo antes que os “progressos” da ciência moderna ameaçassem o equilíbrio da natureza.
“Frutificai, e multiplicai-vos” (Gn 1.28). A Bíblia mantém uma atitude saudável e positiva com relação à sexualidade humana. A relação sexual não era, como alguns erroneamente ensinaram, a “maçã” que Adão e Eva foram proibidos de provar! Aqui nós encontramos evidências, muito tempo antes da Queda, de que Deus sempre tencionou que os seres humanos aproveitassem e usassem as suas capacidades sexuais.
“Bom” (Gn 1.10,12,etc.). A palavra hebraica usada aqui tem uma ampla variedade de significados, desde
atraente e agradável a benéfico e útil. Deus criou o nosso universo com um objetivo. Da maneira como foi constituído originalmente, o universo, e tudo o que há nele, eram idealmente adequados para revelar a glória de Deus e para realizar os seus propósitos. A tragédia do pecado, introduzido em Gênesis 3, deturpou a Criação original. Ainda assim, a beleza e a grandeza que Deus investiu na Criação ainda podem ser vistas.
“Façamos” (Gn 1.26). Alguns sugerem que a palavra plural, Elohim, usada aqui a respeito de Deus, é um “plural majestoso”. Assim como a realeza humana, às vezes, fala de “nós” quando o significado é “eu”, também se considera que Deus se refere a si mesmo como plural. Os cristãos, no entanto, veem nesta antiga expressão, evidências de que o Deus das Escrituras existe nas três Pessoas, plenamente reveladas somente em o Novo Testamento.
“Um jardim no Éden, da banda do Oriente”
(Gn 2.8). A descrição do Eden no livro de Gênesis é significativa. Deus não somente projetou o Éden para a beleza (v. 9) como também para ocupar o tempo e os talentos dos seres aos quais Ele tencionava deixar encarregados do jardim. O jardim reflete o fato de que o homem verdadeiramente traz a imagem de Deus. Como Deus, Adão podia realizar um trabalho significativo (v. 15). Como Deus, Adão tinha uma capacidade de criar (v. 19). Como Deus, Adão também tinha liberdade de escolha moral (v. 16). Deus não plantou a “árvore da ciência do bem e do mal” como uma cilada para Adão, mas para dar a ele a oportunidade de escolher aquilo que era correto e bom, assim como Deus escolhe fazer o bem.
“Adjutora” adequada (Gn 2.20). A expressão não sugere inferioridade, pois a mesma palavra hebraica (?zer) é usada para identificar Deus como o auxílio do homem em Salmos 33.20 e em diversas outras passagens. Certamente Deus não é inferior ao homem porque nos oferece ajuda! Na realidade, “adjutora” adequada ensina a plena igualdade entre homens e mulheres, e indica que, em Eva, em contraste com todo o reino animal, Adão encontrou um ser que compartilhava plenamente da sua natureza, e assim podia relacionar-se com Adão física, intelectual e espiritualmente.
“Da costela” (Gn 2.22-25). Os rabinos judeus logo perceberam que o modo da criação da mulher é significativo. Se Eva tivesse sido feita do pó da terra original, Adão poderia tê-la considerado como uma criação secundária e inferior. Formando Eva a partir da substância do próprio  Adão, Deus afirmou a plena identidade de homens e mulheres como pessoas que trazem a imagem divina. Adão viu as implicações imediatamente, e as aceitou completamente. Eva foi

DE V OCIONAL______
A Imagem e a Semelhança de Deus (Gn 1.26,27)
Uma das mais assombrosas expressões encontradas nas Escrituras está aqui, em Gênesis 1. “Façamos”, diz Deus, “o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. E o texto continua: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou”.
As duas palavras hebraicas usadas aqui para definir a essência humana são selem, que significa “imagem” ou “representação”, e demut, que sugere similaridade. Quando unidas, elas fazem uma declaração teológica decisiva. A essência da natureza humana somente pode ser compreendida pela similaridade com o próprio Deus. Nós jamais poderemos compreender o homem aludindo a alguma suposta derivação de animais pré-históricos. Em um ato criativo totalmente singular, Deus deu a Adão não somente vida física, mas também a sua qualidade de pessoa — a sua capacidade de pensar, de sentir, de avaliar, de amar, de escolher, como um indivíduo autoconsciente.
O próprio relato do livro de Gênesis enfatiza a singularidade humana. Todos os outros aspectos da Criação foram trazidos à existência pela palavra proferida de Deus. Mas, quanto ao homem, Deus curvou-se, para moldar pessoalmente um corpo físico, e então, gentilmente, amorosamente, infundiu vida naquele corpo. Para que não houvesse engano quanto à intenção de Deus, Ele formou Eva de uma das costelas de Adão. O livro de Gênesis é claro. Adão e Eva têm a mesma substância. Eles participam igualmente da imagem e da semelhança dadas somente aos seres humanos. Este relato faz mais do que explicar a origem do homem. Ele tem o poder de moldar as nossas atitudes mais básicas, com relação a nós mesmos e a outros. Considere. Se eu sou criado à imagem de Deus, então eu devo ter valor e importância como um indivíduo. E irrelevante comparar-me com os outros, se a minha existência essencial pode ser compreendida pela similaridade com Deus! Sabendo que Deus me criou à sua imagem, eu aprendo a amar e a valorizar a mim mesmo.
Você já percebeu como nós tratamos as coisas que valorizamos? Nós usamos orgulhosamente o relógio ou o broche novo. Quando o tiramos, nós o
recebida como “osso dos meus ossos e carne da minha carne”.
Que lição está inserida aqui para os cristãos considerarem seriamente!
fazemos cuidadosamente, colocando-o em uma gaveta, onde não será danificado. Se você e eu compreendermos a importância de sermos criados à imagem e semelhança de Deus, viremos a apreciar a nós mesmos também. Nós nos recusaremos a ser degradados por outras pessoas, e rejeitaremos tentações que possam nos danificar física ou espiritualmente. Por trazermos a imagem e a semelhança do Criador, também somos importantes demais para arruinarmos a nossa vida.
Considere. Se outros são criados à imagem e semelhança de Deus, devem ter valor e importância como indivíduos, quaisquer que sejam as fraquezas que apresentem. Quando eu compreender que todos os seres humanos compartilham da imagem e semelhança de Deus, eu tratarei os outros com respeito. Eu aprenderei a ignorar as falhas e a transmitir amor. Eu perceberei que a existência da imagem e semelhança de Deus, por mais distorcida que esteja pelo pecado, significa que a outra pessoa pode responder, como eu respondi, ao amor de Deus revelado em Jesus Cristo. E assim eu estendo a mão, para ele ou ela, com amor.
Considere. Se os homens e as mulheres compartilham verdadeiramente da imagem e semelhança de Deus, cada um deles deve ter uma importância e um valor que independem do sexo, raça ou da condição social. Quando eu compreender verdadeiramente que cada ser humano compartilha comigo da imagem e semelhança de Deus, começarei a deixar de lado os preconceitos que orientam o comportamento humano. Eu aprenderei a ver as mulheres como pessoas, e a apreciar tudo o que elas tiverem para oferecer como contribuições na família, no local de trabalho e na igreja. Eu me tornarei daltônico, e deixarei de lado categorias como preto e branco, rico e pobre, e começarei a tratar todas as pessoas que eu encontrar com respeito e afeição. Quando isso acontecer, eu terei aprendido o ensinamento de Gênesis 1.26,27, e terei começado a compreender quão preciosos os outros são para o Deus que os criou, e que me criou.

Aplicação Pessoal
“Senhor, ajude-me a olhar para os outros com novos olhos. Capacite-me a ver cada pessoa como o Senhor a vê, e, de maneiras práticas, transmitir respeito e amor”. Citação Importante
“Lembre-se de que compartilhar significa mais do que cortar um pedaço de bolo em duas fatias iguais. Isso envolve toda a sua atitude com relação à outra pessoa. Lembre-se de todas as maneiras nas quais vocês são pessoas iguais na estima de Deus; então, equilibre a sua vida para adequar-se à opinião dEle, e não à da sociedade à sua volta.”
— Pat Gundry

COMENTÁRIO DEVOCIONAL DA BÍBLIA
Lawrence O. Richards

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