terça-feira, 25 de outubro de 2016

Textos do presente diário

http://www.hebert.com.br/search/label/Mensagens%20Di%C3%A1rias?updated-max=2016-10-06T00:00:00-03:00&max-results=20&start=20&by-date=false

sábado, 22 de outubro de 2016

Comentário de Gênises 4

Comentário Moody

Os Dois Irmãos. 4:1-26.
1. Caim (Qayin). A palavra Caim está geralmente associada com qeinâ do hebreu, "adquirir" ou "obter". A derivação está baseada na semelhança do som, mais do que por causa da etimologia básica, Poderíamos dizer que é um jogo de palavras. O verdadeiro significado da palavra possivelmente veio do árabe ("lanceiro" ou "ferreiro"). Eva encheu-se de alegria com o nascimento do seu filho. Ela exclamou: "Obtive um homem".
2. Abel (Hebel). O nome dado ao segundo filho indica "um hálito fugaz" ou "um vapor". Aplu, a palavra acadiana cognata, significa filho. Abel deu origem à vida pastoral, enquanto Caim seguiu a seu pai na agricultura.
4a. Uma oferta (minhâ). Cada homem trouxe um presente especial ou uma oferta a Jeová. Não se faz nenhuma menção de altar ou lugar de culto religioso. Minhâ, como os antigos o conheciam, servia para expressar gratidão, o efeito da reconciliação com o Senhor, e para adoração. Esta narrativa descreve o primeiro ato de adoração registrado na história humana. Em cada exemplo o adorador trouxe algo que era seu como oblação ao Senhor.
4b. Agradou-se o Senhor (shei'â). O presente oferecido por Caim não foi recebido pelo Senhor. Aqui não se explica o porquê da rejeição. E as Escrituras não nos contam como Deus indicou a Sua desaprovação. Talvez fogo caísse do céu e consumisse a oferta que foi aceita, mas deixasse a outra intocada. Há quem pense que a oferta de Caim foi rejeitada porque Caim deixou de realizar o ritual adequado. Outros têm explicado que a natureza das ofertas é que fez a diferença - uma sendo de carne e envolvendo morte e derramamento de sangue, e a outra de vegetais, sem derramamento de sangue (cons. Hb. 9:22).
O autor da Epístola aos hebreus dá-nos uma explicação inspirada da diferença entre as duas ofertas: "Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim . . , dando Deus testemunho dos seus dons " (Hb. 11:4). Esta explicação centraliza-se sobre a diferença do espírito manifestado pelos dois homens. Sendo Abel um homem de fé, veio com o espírito correto e adorou de maneira agradável a Deus. Não temos motivos para crer que Abel tinha algum conhecimento de sua necessidade da expiação substitutiva. Pelas aparências ambas as ofertas expressavam gratidão, ação de graças e devoção a Deus. Mas o homem que tinha falta de fé genuína no seu coração não podia agradar a Deus, embora sua oferta material fosse imaculada. Deus não se agradou de Caim porque já olhara para ele e vira o que havia no seu coração. Abel veio a Deus com a atitude certa de um coração disposto a adorar e pela única maneira em que os homens pecadores podem se aproximar de um Deus santo. Caim não.
5b. A ira incontida de Caim exibiu-se imediatamente. Sua fúria logo se acendeu, revelando o espírito que se aliava em seu coração. Caim tornou-se um inimigo de Deus e hostil para com seu irmão. Assim, o orgulho ferido produziu a inveja e o espírito de vingança. E estes deram à luz ao ódio consumidor e à violência que torna possível o homicídio.
6,7a. Descaiu o teu semblante . . . serás aceito. O ódio que o queimava por dentro fez descair o seu semblante. Produziu um espírito taciturno, desagradável e mal-humorado. Com gentileza e paciência Deus lidou com Caim, tentando salvar o pecador rebelde. Assegurou-lhe que caso se arrependesse sinceramente, readquiriria sua alegria e seria aceito por Deus. Neisei, "levantar", empresta a idéia de perdão. Jeová misericordiosamente estendeu, assim, a Caim a esperança do perdão e da vitória diante de sua decisão momentosa.
7b. Pecado (hatt'at) jaz (reibas). Logo em cima da promessa animadora. Jeová pronunciou uma advertência severa, insistindo com o pecador a que controlasse seu gênio e tomasse cuidado para que uma besta pronta a saltar sobre ele (o pecado) não o devorasse. O perigo era real. A besta mortal estava exatamente naquele momento pronta a dominá-lo. A palavra de Deus exigia ação imediata e forte esforço para repelir o provável conquistador. Caim não devia permitir que esses pensamentos agitados e esses impulsos o conduzissem a atitudes ruinosas. Deus apelou fortemente para a vontade de Caim. A vontade tinha de ser posta em ação para se obter a vitória completa sobre o pecado (hatt'at). Dependia do próprio Caim vencer o pecado em si mesmo, para controlar e não ser controlado. O seu destino estava em suas mãos. Não era tarde demais para escolher o caminho de Deus.
9. Onde está Abel, teu irmão? Falhando no domínio do selvagem monstro, Caim logo encontrou-se à mercê de uma força que o controlou completamente. Quase imediatamente um dos filhos veio a ser um homicida e o outro um mártir. Rapidamente Jeová confrontou o homicida com uma pergunta. Ao que parece, Ele quis obter uma confissão de culpa que preparasse o caminho para a misericórdia e o perdão completo. Embora Caim tivesse cometido o pecado de livre e espontânea vontade, descobriu-se perseguido por um Deus amoroso, rico em graça. Sou eu tutor de meu irmão? (shomer). Que resposta desavergonhada para a pergunta de um Pai amoroso! Petulantemente, desafiadoramente, Caim deu a sua resposta. O pecado já o tinha agarrado em seu domínio. Ele renunciava os direitos demandantes da fraternidade. Recusou-se a demonstrar respeito ao Deus eterno. Descaradamente apoiou-se em sua rebeldia egoísta e falou coisas que ninguém teria coragem de pronunciar.
10. A voz (qôl) do sangue do teu irmão clama (sô'qim) da terra a mim. Sangue derramado por um homicida, embora coberto pela terra, estava clamando a Deus. Jeová podia ouvi-lo, e Ele compreendia o significado do grito, pois Ele conhecia a culpa de Caim. Com que melancolia aquele sangue gritava por vingança! O autor de Hebreus refere-se a esta experiência na frase "o sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel" (12:24).
12. Fugitivo (nei') e errante (neid). A maldição pronunciada sobre o homicida envolvia banimento do solo produtivo para o deserto estéril. O solo, disse Deus, seria hostil para o homicida, de modo que ele não conseguiria obter sustento do cultivo do solo. Em busca do sustento ele se tornaria um beduíno nas terras desertas, vagando cansado e desesperado. Insegurança, inquietação, luta, culpa e temores seriam seus "companheiros" constantes. A palavra fugitivo dá idéia de alguém cambaleando, andando em ziguezague, tropeçando, sem segurança, em busca infrutífera de uma satisfação. Era um projeto lúgubre e desencorajador.
13. O meu castigo ('awon). Embora a vida de Caim fosse poupada, ele tremia sob o peso do seu pecado, da sua culpa, do seu castigo e das conseqüências infinitas que assomavam diante dele. A palavra hebraica 'awon refere-se literalmente a sua iniqüidade, mas também contém um pensamento das conseqüências do seu pecado. Caim estava muito mais preocupado com sua sentença do que com o seu pecado. Já não posso suportá-lo. Seu grito amargo dirigido a Deus chamava atenção para o peso insuportável do seu castigo. Era mais pesado do que podia levantar e carregar. A palavra neisa dá a idéia de "remover" (perdão) e "levantar" (expiação). Novamente, parece claro que o apavorado homicida estava pensando no castigo que estava para ser executado sobre ele.
14b. Quem... me matará. Terror e desalento começaram a acabrunhar o pecador quando pensava nos perigos do deserto. Imaginava que cruéis inimigos se deleitariam em matá-lo. Já sentia o hálito quente do vingador em sua nuca. Sua consciência ativa já estava em ação. No seu temor, tinha certeza de que a destruição estava a sua espera, pois sentia que estava completamente fora do círculo do cuidado divino.
15. Um sinal ('ot) em Caim. Mas Jeová, em sua misericórdia, assegurou a Caim que a Sua presença seria contínua e Sua proteção infinita. Colocou um sinal sobre ele evidentemente um sinal ou indicação de que Caim pertencia ao Senhor Deus e devia ser fisicamente poupado. Não há nenhuma evidência de que o "sinal de Caim" fosse um sinal para avisar o mundo de que ele era um homicida. Era, antes, um sinal especial de cuidado amoroso e proteção. Caim continuaria sempre dentro da proteção da aliança divina. Embora um assassino, era um recipiente dos favores divinos.
16. Terra de Node (nôd). Literalmente, terra da peregrinação ou fuga (cons. 4:12, 14). Não há meio de localizarmos esta área geograficamente, exceto em falarmos dela como situada ao oriente do Éden. Caim apenas cumpriu a predição que Deus fez quanto a sua futura existência. Pateticamente e estoicamente ele partiu para os ermos sem trilhas. A idéia de "fuga" e "miséria" são discerníveis na palavra hebraica para retirou-se.
17. Sua mulher ('ishtô). O livro de Gênesis não responde a tão freqüente pergunta: Onde Caim arranjou uma esposa? Está claro que Adão e Eva tiveram muitos outros filhos e filhas. Antes de Caim se casar, um lapso de muitos anos se passou (talvez centenas deles). Uma vez que toda a vida veio pelo casal humano divinamente criado, é preciso concluir que num certo período da história irmãos e irmãs casaram-se entre si. Na ocasião quando Caim estava pronto a estabelecer um lar, Adão e Eva tinham numerosos descendentes. Não é preciso que imaginemos uma outra raça de pessoas já estabelecida no mundo. A esposa de Caim foi alguém da família de Adão e Eva.
25. Sete (Shêt). A narrativa divina preservou o nome de Sete como o do terceiro filho da linhagem de Adão. A palavra hebraica tem marcada semelhança à palavra shât, traduzida para "destinado" ou "estabelecido". Na realidade, Sete veio a ser aquele de quem Deus pôde depender para o estabelecimento da pedra fundamental de Sua família. Ele foi "estabelecido" ou "destinado" a assumir o trabalho e a missão de Abel. Caim perdeu o seu direito de levar adiante a sublime esperança divina. Sete assumiria a responsabilidade e o privilégio sobre os seus ombros. Através de sua linhagem Deus realizaria Suas promessas.
26. Daí se começou a invocar o nome do Senhor. Foi uma experiência para nunca mais ser esquecida, quando, sob o estímulo de Enos, os homens começaram a invocar o nome de Jeová, o Deus da aliança. Enos, que se destacou na linhagem de Sete, foi o originador da oração pública e da adoração espiritual. Nela se usava o inefável nome do Deus eterno. Através dos descendentes de Sete havia uma esperança para dias melhores.


Comentário da Biblia Aplicação Pessoal

4.1 A frase conheceu significa que se amealhou sexualmente. A união sexual representa unidade e total conhecimento da outra pessoa. O contato sexual é o ato mais íntimo que sela um vínculo social, físico e espiritual. Este é o motivo pelo qual Deus o reservou exclusivamente para o matrimônio.

4.2 Já não se proveria de todo o necessário ao Adão e Eva como ocorria no horta de Éden, onde suas tarefas diárias eram vigorizantes e deleitosas. Agora deviam lutar contra os elementos para prover-se de comida, roupa e teto para eles e sua família. Caím se fez agricultor, enquanto que Abel foi pastor. Hoje em dia, em zonas do Meio Oriente estes trabalhos de larga data se seguem praticando quase do mesmo modo que no tempo do Caím e Abel.

4.3-5 A Bíblia não diz por que Deus rechaçou o sacrifício do Caím. Possivelmente a atitude do Caím foi imprópria, ou possivelmente sua oferenda não estava dentro das normas de Deus. Pro 21:27 diz: "O sacrifício dos ímpios é abominação; quanto mais oferecendo-o com maldade!" Deus avalia tanto nossos motivos como a qualidade do que lhe oferendamos. Quando entregamos algo a Deus ou a outros, nosso coração deve estar alegre pelo que podemos dar. Não devemos nos preocupar com a quantidade; já que todas as coisas pertencem a Deus em primeiro lugar. Mas bem, devemos dar com gozo a Deus nosso melhor tempo, dinheiro, posses e talentos.

4.6, 7 Como reage você quando alguém lhe sugere que tem feito algo mau? Atua você para corrigir o engano ou nega que necessite correção? depois de que o sacrifício do Caím foi rechaçado, Deus lhe deu a oportunidade de corrigi-lo e tentá-lo de novo. Inclusive Deus o animou para que o fizesse! Mas Caím se negou e o resto de sua vida é um exemplo surpreendente do que acontece a aqueles que se negam a admitir seus enganos. A próxima vez que alguém lhe sugira que você está errado, torne uma olhada sincera e escolha o caminho de Deus em lugar do do Caím.

4.7 Para que Caím dominasse o pecado que espreitava à entrada de seus desejos, tivesse sido necessário que cedesse sua ira ciumenta para que o pecado não encontrasse cabo em sua vida. O pecado segue escondido ante nossas portas hoje em dia. Ao igual a Caím, seremos vítimas do pecado se não o dominarmos. Mas não nos é possível dominar o pecado com nossa própria força. Em lugar disso, devemos nos voltar para Deus para receber fé para nós mesmos e receber fé e fortaleza de outros crentes. O Espírito Santo nos ajudará a dominar o pecado. Isto constituirá uma batalha de por vida que não se acabará até que nos encontremos cara a cara com Cristo.

Eva
Sabemos muito pouco da Eva, a primeira mulher. Entretanto, é a mãe de todos nós. Foi a peça final no intrincado e surpreendente quebra-cabeças da criação de Deus. Adão tinha já outro ser humano com quem ter companheirismo, alguém com uma porção igual da imagem de Deus. Aqui havia alguém o suficientemente parecido para ter amizade e de uma vez o suficientemente diferente para ter relações. Estando juntos eram melhores que estando sozinhos.
Satanás se aproximou da Eva no horta do Éden, onde ela e Adão viviam. Satanás questionou seu contentamiento. Como podia ela ser feliz se não lhe permitia comer de uma das árvores frutíferas? Satanás ajudou a Eva a que deixasse de centrar sua atenção nas coisas que Deus tinha feito e lhe tinha dado, e a enfocasse na única coisa que O tinha proibido. E Eva esteve disposta a aceitar o ponto de vista de Satanás sem consultá-lo com Deus.
Soa-lhe estranho? Muito freqüentemente desviamos nossa atenção do muito que é nosso para nos fixar no pouco que não o é. Pensamos "tenho que consegui-lo". Eva era como nós, e constantemente demonstramos ser seus descendentes ao repetir seus enganos. Nossos desejos, como os da Eva, podem ser igualmente fáceis de manipular. Não são as melhores bases para nossas ações. Ao tomar decisões devemos permanecer sempre em Deus. Sua Palavra, a Bíblia, é nosso guia ao tomar decisões.
Pontos fortes e lucros :
--    Foi a primeira esposa e a primeira mãe
--    Foi a primeira mulher. Como tal sustentou uma relação especial com Deus, compartilhou com o Adão a responsabilidade de subjugar a criação e mostrou certas características de Deus
Debilidades e enganos :
--    Permitiu que Satanás minasse seu contentamiento
--    Atuou impulsivamente sem nem sequer falar com Deus e seu companheiro
--    Não só pecou, mas também incitou a seu companheiro a pecar
--    Quando chamou contas, culpou a outros
Lições de sua vida :
--    A mulher possui também a imagem de Deus
--    Os ingredientes necessários para um matrimônio sólido são a entrega mútua, o companheirismo, a completa unidade, a ausência de vergonha (2.24, 25)
--    A tendência básica humana a pecar se remonta ao começo da raça humana
Dados gerais :
--    Onde: Horta de Éden.
--    Ocupação: Esposa, ajudante, companheira, coadministradora do Éden
--    Familiares: Marido: Adão. Filhos: Caím, Abel, Set e muitos mais
Versículo chave :
"E disse Jeová Deus: Não é bom que o homem esteja sozinho; farei-lhe ajuda idônea para ele" (Gen 2:18).
A história da Eva se relata em Gênese 2.19-4.26. Sua morte não se menciona nas Escrituras.


4.8-10 Este é o primeiro assassinato: tirar uma vida derramando sangue humano. O sangue representa vida (Lev 17:10-14). Se lhe tira o sangue a uma pessoa viva, morrerá. Já que Deus criou a vida, só Deus deve tirá-la.

4.8-10 A desobediência do Adão e Eva trouxe o pecado à humanidade. Talvez tenham pensado que seu pecado (comer um simples fruto) não era tão mau, mas observe quão rapidamente sua natureza pecaminosa se desenvolveu em seus filhos. A simples desobediência rapidamente degenerou em um franco assassinato. Adão e Eva atuaram unicamente contra Deus, mas Caím atuou tanto contra Deus como contra o homem. Um pecado pequeno tende a crescer até descontrolar-se. Permita que Deus lhe ajude com seus pecados "pequenos" antes que se convertam em tragédias.

4.11-15 Caím foi severamente castigado por este homicídio. Deus julga e castiga todos os pecados de maneira apropriada, mas não o faz por ira ou por vingança. Mas bem, o castigo de Deus pretende nos corrigir e restaurar nossa relação com O. Quando você seja corrigido, não se resienta. Mas bem, renove sua comunhão com Deus.

4.14 Até aqui só escutamos falar de quatro pessoas: Adão, Eva, Caím e Abel. Surgem duas perguntas: (1) por que Caím estava preocupado de que outras pessoas o matassem?, e (2) De onde obteve a sua esposa? (veja-se 4.17).
Adão e Eva tiveram numerosos filhos, lhes havia dito que "enchessem a terra" (1.28). A culpabilidade e o temor que sentia Caím por ter matado a seu irmão eram muito grandes e provavelmente temia as repercussões de sua família. Se ele era capaz de matar, também o eram eles. A esposa que escolheu Caím pôde ter sido uma de suas irmãs ou uma sobrinha. A humanidade ainda era geneticamente pura e não existia o temor sobre os efeitos secundários que seriam ocasionados pelo casamento entre parentes.

4.15 A expressão "sete vezes será castigado", significa que o castigo da pessoa seria completo, cabal e muito pior que o que recebeu Caím por seu pecado.

4.19-26 Infelizmente, quando a deixa sozinha, a gente tende a piorar em lugar de melhorar. Esta curta narração a respeito do Lamec e sua família nos mostra a variedade de talentos e habilidades que Deus deu ao homem. Mas também apresenta o desenvolvimento contínuo do pecado conforme passa o tempo. Ocorreu outro assassinato, presume-se que foi em defesa própria. A violência vai em aumento. Aparecem agora dois grupos distintos: (1) aqueles que mostram indiferença para o pecado e a maldade, e (2) aqueles que invocam o nome de Deus (os descendentes de Set, 4.26). Set tomaria o lugar do Abel como líder de uma linha de pessoas fiéis a Deus.


Enciclopédia Ilumina

CAIM

Caim foi o primeiro filho de Adão e Eva. Ele era um fazendeiro enquanto seu irmão, Abel, era pastor. O assassinato de Caim sobre Abel tornou-se um exemplo de outra similar violência e pecado destrutivo ( Judas 1:11). Cada um dos dois irmãos trouxeram um sacrifício a Deus (Genesis 4:3-4). De acordo com Hebreus 1:14, Abel agiu em fé trazendo um sacríficio mais aceitável do que Caim. Quando Caim ficou irado, ele se rebelou contra Deus. e por causa disso ele matou Abel (Genesis 4:5-8). Quando os Estudiosos da Palavra tentam entender o porque desta reação tão violenta de Caim, muitos deles simplismente dizem que Caim pertencia ao maligno (1 John3:12). Deus confrontou Caim com a sua culpa, julgando-o, amaldiçoando-o e levando-o para fora da terra de Node, a qual era ao oriente do Jardim do Éden (Genesis 4:9-16). Quando Caim reclamou que sua punição era maior do que ele podia aguentar e que alguém o acharia e o mataria, Deus fez uma marca em Caim e prometeu se vingar de qualquer pesoa que tentasse o matar.
Na terra de Node, Cain construiu uma cidade e a nomeou depois de seu filho Enoque (Genesis 4:17). Através de Enoque e seus descendentes, Caim se tormou o cabeça de uma família muito grande. Na maoir parte, as pessoas de sua família viviam em tendas. Eles viviam como pastores, músicos e artesãos que faziam objetos e ferramentas de metal (Genesis4:18-22).


ABEL

Segundo filho de Adão e Eva. O nome Abel é provavelmente relacionado com palavras em outras línguas usada naqueles tempos para significar filho. Abel era também usado como um termo geral para a raça humana.
O irmão mais velho de Abel, Caim, era um fazndeiro. Abel era um pastor de ovelhas. Quando ambos levaram ofertas para Deus, Deus aceitou o sacri´ficio de animal de Abel e rejeitou a oferta de vegetais de Caim. Caim ficou com ciúmes de Abel e o matou.
De acordo com a história, o carater de Abel era mais mercedor da benção de Deus. Por essa razão, a oferta de Abel foi aceita e a de Caim não (Genesis 4:7). Não existe evidência nas Escrituras que ofertas vindas da terra foram vistas com menor importância de que as oferta envolvendo o derramar de sangue. Debaixo da Lei de Moises, que veio depois, os dois tipos de ofertas eram requeridas.
No novo Testamento, Abel é lembrado como o primeiro mártir (Mateus 23:35, Lucas 11:51, Hebreus 11:4).


 Dicionário Champlin
CAIM
No hebraico, lança (?). Foi o filho mais velho de Adão e Eva (Gên. 4:1). Tragicamente, foi o primogênito da raça humana, de acordo com a narrativa sobre a raça adâmica; e também foi o primeiro assassino e fratricida. Há algo de apropriado nas circunstâncias de que o homem de quem se diz ter sido o primeiro filho produzido pelo homem, também é descrito como o primeiro homem a ser um assassino. Essa narrativa simboliza a degeneração humana desde o principio. Nada havia no meio ambiente de Caim que o tenha levado a matar seu irmão. O ato originou-se da maldade do intimo. Muito erra a criminologia quando busca a causa dos crimes no meio ambiente adverso das pessoas, mas não a busca no intimo pervertido do ser humano.
1.    Nome. Não há certeza alguma quanto à origem do nome «Caim», embora pareça estar relacionado à forja de metais, como um «ferreiro»; outros preferem dar-lhe o sentido de «lança»; e, de acordo com a etimologia popular, «adquirir». Outros ainda pensam em «inveja». Aquisição (Gên. 4:1), é a mais comum idéia entre os intérpretes.
2.    O Sacrifício. Adão e Eva cultivavam o solo; Abel era pastor de ovelhas. Caim também cultivava o solo. Os irmãos trouxeram suas ofertas a Deus. Caim as trouxe do fruto de seu trabalho no solo; e elas foram rejeitadas. Abel trouxe suas ofertas do rebanho; e elas foram aceitas por Deus. A maioria dos intérpretes vê nisso um pre-núncio dos sacrifícios cruentos, e naturalmente, do sacrifício de Cristo. De conformidade com isso, a oferta de Caim representa o auto-esforço, o mérito humano que parece bom a nossos olhos, mas não é aceitável diante de Deus. Isso dá a entender a necessidade da justificação (que vide) mediante a fé, com base na expiação de Cristo (que vide). Não estão em foco apenas as ofertas de Caim e Abel, mas as próprias pessoas deles, pois lemos: «Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou» (Gên. 4:4,5). Portanto, Deus, que lê os corações, viu as atitudes deles: a de Abel de autodesistência e confiança na expiação de outrem; a de Caim de auto-suficiência e de confiança própria.
3.    A Ira de Caim. A ira de Caim impeliu-o a matar. A enormidade de seu crime se vê no fato de que matou a seu próprio irmão. A ira é um dos pecados cardeais. Aparece na lista das obras da carne, na lista de Paulo, em Gál. 5:20. A ira encontra-se na raiz de muitos atos irracionais, e quase sempre tem o egoísmo como sua base, e o ódio como sua motivação.
4.    O Crime de Caim. Embora repreendido por Deus, Caim resolveu dar vazão à sua maldade mediante um ato irracional de homicídio. Desde então, os homens têm satisfeito à sua vontade tirando a vida do próximo, o que mostra a extensão da queda. Quando Deus perguntou de Caim onde estava seu irmão, Abel, Caim indagou: «Não sei; acaso sou eu tutor de meu irmão?» (Gên. 4:9). Essa pergunta de Caim, famosa desde então, usada em inúmeros contextos, mostra-nos a natureza egoísta de seu ato homicida. Pois, a lei do amor leva-nos a cuidar uns dos outros, como cuidamos, cada um, de nós mesmos. Negar que eu sou guardador de meu irmão é negar a essência da lei do amor. A voz de Abel clamava do solo. Isso demonstra que os atos pecaminosos não podem ser ocultados, pois apelam a Deus, pedindo vingança.
5.    O Castigo de Caim. De certo modo, Caim recebeu a primeira sentença perpétua. Ele seria objeto de ódio, e outros haveriam de querer tirar-lhe a vida. Porém, ele escaparia. Em lugar disso, foi pronunciada contra ele uma maldição divina. Ele tomar-se-ia vagabundo e fugitivo à face da terra, pelo resto de seus dias, caçado e odiado pelos outros seres humanos.
6.    A Marca de Caim. Caim seria caçado pelos outros homens. Correría o risco permanente de ser morto. Deus, entretanto, não permitiría que ele fosse executado. Para garantir isso, foi posta uma marca em Caim, como se dissesse: Vede este homem. Não o matai! Não se sabe que marca seria essa. Alguns supõem que Deus deu-lhe coloração negra à pele, pelo que a marca seria forte carga de melanina. Porém, essa interpretação, além de ser mera especulação, só serve para fomentar preconceitos raciais. Esse sinal também podería ser uma marca tribal, alguma espécie de tatuagem ou sinal que identificasse uma pessoa dentre um grupo particular, um costume que, mais tarde, tanto se viu no Oriente Médio, outros compreendem que o sinal era a promessa de Deus de que ele não seria morto,- em vez de suporem alguma marca física. Não há como determinar a questão, por ausência de maiores informes bíblicos.
7.    Posteriormente. Caim foi enviado a terra de Node (vagueação), onde ele edificou uma cidade e tornou-se o progenitor de uma numerosa família, que se ocupou de muitas artes e ofícios. De acordo com as tradições, os primeiros residentes em tendas, metalúrgicos e músicos vieram da linhagem de Caim. Mas outras tradições antigas dizem que os deuses foram os originadores das artes e ofícios (que vide).
8.    De onde Caim foi Buscar Sua Esposa? Alguns críticos indagam assim, com escárnio, julgando haver encontrado uma séria discrepância no relato bíblico. E como se dissessem: se Adão e Eva geraram somente Caim, Abel e Sete, onde Caim encontrou esposa quando se retirou para a terra de Node? Esse tipo de objeção, além de exibir uma atitude cética para com os relatos sagrados, demonstra a ausência de um exame cuidadoso dos textos bíblicos por parte de tais críticos. A Bíblia não diz que Adão e Eva geraram somente àqueles três filhos homens. Caim, Abel e Sete foram apenas três dentre os muitos filhos do primeiro casal. Seus nomes são fornecidos por causa do relato expressivo que gira em torno deles, e nada mais. Lemos em Gênesis 5:4: «Depois que gerou a Sete viveu Adão oitocentos anos. e teve filhos e filhas». Não há informação quanto ao número desses filhos e filhas, mas essa informação é suficiente para indicar que Caim levou consigo, para Node, uma de suas irmãs. E Sete, onde quer que tenha ficado, sem dúvida fez o mesmo. Não há nenhuma dificuldade para sabermos onde Caim arranjou esposa!
9.    Referências Neotestamentárias a Caim. a. Hebreus 11:4. Pela fé, Abel ofereceu melhor sacrifício que o de Caim. Dentro do plano de Deus, Cristo ofereceu o sacrifício final e definitivo, que substituiu a todos os outros sacrifícios, sendo essa a mensagem central da epístola aos Hebreus. b. I João 3:12 é trecho que nos relembra o crime de Caim, seu ato homicida e o fato de que suas obras eram más, e as de seu irmão Abel, boas. c. Judas 11 alude ao caminho de Caim. Lemos ali que os mestres gnósticos seguem esse caminho. A literatura rabínica diz que o caminho de Caim caracteriza-se pela concupiscência, pela cobiça, pela auto-indulgência e pela malignidade geral. Se juntarmos a isso a inveja e o ódio, parece que é isso o que tal caminho significa. Caim tomou-se um homem profundamente depravado. Ver Sabedoria de Salomão 10:3; Jubileus 4:1-5; Apocalipse de Moisés 3:2.(G IIB NTI S)

ABEL
Vem de um termo hebraico que significa respiração. Mas a etimologia é incerta, e outros sentidos têm sido sugeridos, como «vapor», «fragilidade» e «filho». É possível que esse nome esteja associado ao termo acadiano aplu, «filho», ou ao sumeriano /Ma, «filho».
1.    História da família. Era o segundo filho de Adão e Eva, talvez gêmeo de Caim (Gên. 4:1,2). Foi instruído na adoração ao Criador e trabalhava como pastor. Seu irmão, Caim, era agricultor. Devido a essas circunstâncias, Abel ofereceu em sacrifício um animal, ao passo que Caim trouxe os frutos da terra (Gên. 4:3-5). O trecho de Heb. 11:4 mostra que Deus agradou-se do sacrifício de Abel, mas não do de Caim. Despertou-se-lhe a inveja, e segundo diz o texto samaritano, ele convidou Abel para o campo, onde o matou. O texto hebraico disponível silencia sobre o convite, embora registre o homicídio. Seja como for, é certo que o ato foi premeditado.
2.    Tradição judaica. Segundo esta, Abel foi morto na planície de Damasco, e seu túmulo é ali mostrado aos turistas, perto da vila de Sinie ou Sineiah, acerca de dezenove quilômetros a noroeste de Damasco, na estrada para Baalbeque, embora tudo isso não passe de fantasia.
3.    Interpretações simbólicas baseadas no nome «Abel», a. Se seu sentido é «filho», então o nome simplesmente assinala o fato de seu nascimento. Visto que Caim significa «possessão», esse foi o nome do primogênito, porque ele foi uma possessão significativa para seus pais. b. Se seu sentido é «fraqueza», «vaidade» ou «lamentação», seu nome predizia seu fim súbito e triste, tendo nele o primeiro quadro de um justo sob perseguição, fisicamente impotente perante um poder físico superior.
4.    Um nome de fé. O trecho de Heb. 11:4 elogia Abel por sua fé, do que resultou um sacrifício superior. Seu nome figura no início da grande lista dos fiéis, tendo sido ele elogiado pelo próprio Senhor Jesus (Mat. 23:35). Presume-se que ele obedeceu a alguma ordem especifica, acerca do sacrifício, que Caim ignorou, embora isso não seja declarado no Antigo Testamento.
5.    Simbolismo. Abel tornou-se um tipo de Cristo, porquanto ofereceu um sacrifício cruento, superior (Heb. 9:26; 10:12). Ele tipifica Cristo como o Messias e Servo sofredor, o Cordeiro de Deus (João 1:29. Isa. 53:7). Ele testifica sobre a necessidade de um sacrifício de sangue (Heb. 9:22; 11:4).
6.    Nos escritos dos pais da Igreja. Crisóstomo chamou-o de tipo do Cordeiro de Deus, gravemente injustiçado, em vista de sua inocência (Ad Stagir 0.5). Agostinho chamou-o de «peregrino», porquanto foi morto antes de poder residir em qualquer cidade terrena, pelo que aguardava uma cidade celeste, onde pudesse habitar em justiça (De Civitate Dei, xv.1). Caim, por sua vez, fundou uma cidade terrena e ali habitou em meio à iniqüidade. Irineu observou sobre como Abel mostrou que os justos sofrem nas mãos dos ímpios e como as virtudes dos justos são assim magnificadas. (Contra Haeres. iii.23)
7.    Jesus referiu-se a Abel como o primeiro mártir (Mat. 23:35), conceito esse que teve prosseguimento na Igreja primitiva. Evidentemente, Jesus o considerava um personagem histórico. O sangue de Abel é contrastado com o sangue de Cristo, em Heb. 12:24 (IB ND S Z)
ABEL   2
Vem de um termo hebraico que significa prado ou lugar de relva. É usado como prefixo nos nomes de vários lugares, por exemplo Abel-Sitim (prado das acácias), em Núm. 23:49; e o trecho de I Sm. 6:18 tem «o grande prado» (que em nossa versão portuguesa se traduz por «a grande pedra», seguindo a Septuaginta). Esse prado ou essa pedra estava localizada perto de Bete-Semes, onde os filisteus puseram a arca, quando a devolveram a Israel. (S Z)

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Comentários de Daniel 3



Comentários da Bíblia de Aplicação pessoal

3.1 Na cultura religiosa de Babilônia se adoravam estátuas. Nabucodonosor esperava que a adoração desta estátua
gigantesca (trinta metros de alto e três de largura) unisse à nação e solidificasse seu poder. Esta estátua de ouro pôde ter estado inspirada por seu sonho. Entretanto, em vez de ter só a cabeça de ouro, era de oro da cabeça até os dedos dos pés. Nabucodonosor queria que seu reino durasse para sempre. Ao fazer a estátua, demonstrou que sua devoção pelo Deus do Daniel não lhe tinha durado muito. Nem temia nem obedecia ao Deus que lhe tinha enviado o sonho.

3.6 O forno em questão não era um forno pequeno dos que se usam para cozinhar ou para esquentar uma casa. Era um enorme forno industrial que possivelmente se utilizava para assar tijolos ou fundir metais. A temperatura era tão alta que ninguém podia sobreviver a seu calor. Suas devoradoras chamas se transbordaram pelas aberturas e mataram aos soldados que se aproximaram forno (3.22).

3.12 Não sabemos se outros judeus tampouco adoraram a estátua, mas com estes três quiseram fazer um castigo. por que não se inclinaram ante a estátua e disseram a Deus que o faziam obrigados? Estavam determinados a nunca adorar a outro deus e corajosamente se mantiveram firmes. Por isso os condenaram a morte. Não sabiam que seriam liberados do fogo; quão único sabiam era que não foram inclinar se ante nenhum ídolo. manteria-se você firme Por Deus custe o que lhe custe? Quando a gente está firme Por Deus, nota-se. Pode ser doloroso e não sempre terá um final feliz. Esteja preparado para dizer: "Livre me ou não, só a meu Senhor servirei".

3.15 Os três homens tiveram uma oportunidade mais. Hei aqui oito desculpas que puderam ter tido para inclinar-se ante a estátua e que não os matassem. (1) Inclinamo-nos, mas não estávamos adorando o de coração. (2) Não nos voltaremos idólatras; fizemo-lo uma só vez e lhe pedimos perdão a Deus. (3) O rei tem poder absoluto e terei que obedecê-lo. Deus entende. (4) O rei nos deu o posto que temos; terá que ser agradecidos, não? (5) Não estamos em nosso país, e portanto Deus nos perdoará por seguir os costumes deste país. (6) Nossos antepassados colocaram ídolos no templo. Isso é muito pior! (7) Não estamos fazendo machuco a ninguém. (8) Se nos matarem e uns pagãos ocupam nosso posto, quem vai ajudar a nossa gente no desterro?
Embora todas estas desculpas tivessem parecido lógicas, não tivessem sido mais que uma racionalização perigosa. O inclinar-se ante uma estátua violava o mandamento de Deus de Exo 20:3 : "Não terá deuses alheios diante de mim". Além disso tivesse manchado seu testemunho para sempre. Nunca mais tivessem podido falar do poder de seu Deus que ultrapassa o de outros deuses. Que desculpas utiliza você para não pronunciar-se pelo?
3.16-18 Sadrac, Mesac e Abed-nego foram pressionados para negar a Deus, mas decidiram ser fiéis a qualquer preço! Confiaram em que Deus os liberaria, mas estavam determinados a ser fiéis apesar das conseqüências. Se Deus sempre resgatasse aos que lhe são fiéis, os cristãos não necessitariam fé. Sua religião seria uma grande apólice de seguro e haveria filas de gente egoísta listas para adquiri-la. Devemos ser fiéis a Deus já seja que intervenha ou não em nosso favor. Nossa recompensa eterna vale qualquer sofrimento que tenhamos que resistir.

3.25 Era óbvio que esta quarta pessoa não era humano. Não podemos estar seguros de quem era esse quarto homem. Pôde ter sido um anjo ou uma aparição de Cristo. Em qualquer caso, Deus enviou a um visitante celestial para que acompanhasse a estes homens fiéis durante seu momento de grande prova.

3.27 Nem o fogo nem o calor os tocou. Não se encontrou nenhuma queimadura neles, e nem sequer cheiravam a fumaça! Só a soga que os atava se queimou. Nenhum humano pode nos atar se Deus quer nos liberar. O poder que temos a nosso alcance é o mesmo que liberou o Sadrac, Mesac e Abed-nego e que levantou cristo dos mortos (Eph 1:18, Eph 1:20). Confie em Deus em meio de cada prova. As provas temporárias chegam por motivos eternos; podemos agradecer que nosso destino esteja em mãos de Deus, não nas do homem.

3.28, 29 Nabucodonosor não estava comprometendo-se aqui a servir unicamente ao Deus do Daniel. Em vez disso reconheceu que Deus é poderoso e ordenou a seu povo que não falasse contra O. Não lhes disse que deviam desfazer-se de outros deuses, mas sim deviam acrescentar este à lista.

3.30 Onde estava Daniel nesta história? A Bíblia não o diz, mas existem várias possibilidades. (1) Pôde ter estado em um assunto oficial em outra parte do reino. (2) Pôde ter estado presente, mas como era um governante, os funcionários não o acusaram de não haver-se inclinado ante a estátua. (3) Pôde ter estado na capital ocupando-se dos assuntos do rei enquanto este estava fora. (4) Pôde ter sido considerado isento de inclinar-se ante o ídolo por sua reputação de interpretar os sonhos por meio de seu Deus. Já seja que Daniel estivesse ali ou não, podemos estar seguros de que não se teria inclinado ante o ídolo.
........................................................................................................................................................................
Comentário Expositivo de Hernandes Dias Lopes
Prontos a morrer, não a pecar
(Daniel 3.1-30)
O MAIS IMPORTANTE NÃO É VIVER, mas
ser fiel a Deus. Pessoas comprometidas com Deus resistem o pecado até o sangue e estão prontas a morrer, não a pecar.
Em Daniel 3, algumas verdades preliminares nos chamam a atenção:
Em primeiro lugar, tome cuidado, pois, a sede pelo poder pode tornar você cego e louco. Nabucodonozor era um homem embriagado pelo poder. Ficou cego pelo fulgor de sua própria glória. Ele não se contentou em ser rei de reis, em ser o maior rei da terra, mas quis ser adorado como deus.
Em segundo lugar, acautele-se com a síndrome de dono do mundo. Nabucodonozor não se contentou em ser a cabeça de ouro (capítulo 2). Agora
constrói uma estátua toda de ouro, de trinta metros de altura, e ordena que todos os súditos de seu reino a adorem. Esse rei megalomaníaco quer ser o centro do mundo.
Em terceiro lugar, o poder dos tiranos esbarra na fidelidade dos servos de Deus. O poder dos tiranos e dos déspotas sempre encontra seu limite em pessoas fiéis a Deus. Os três jovens hebreus são uma nota dissonante no meio daquela sinfonia de servilismo. Eles são intransigentes, inconformistas. A verdade é inegociável para eles. Não transigem com os absolutos de Deus. Não vendem a consciência. Preferem a morte à infidelidade. Estão prontos a morrer, não a pecar.
Cinco verdades fundamentais podem ser identificadas nesse precioso capítulo.
A prova (v. 1-7)
Nabucodonozor tornou-se um homem embriagado pelo poder e ofuscado pela sua própria glória. Seu coração se engrandeceu, e ele quis ser adorado como deus (v. 1-5). Ele não se contentou com a mais alta posição da terra, ser rei de reis; ele quis ser Deus. Diante da revelação da soberania e triunfo de Deus na história (capítulo 2), em vez de se humilhar, exaltou-se. Ele instituiu o culto de si mesmo e a adoração de seus deuses. Ele ordenou a todos os súditos de seu reino para se prostrarem e adorarem sua imagem. Ele escravizou as consciências e usou a religião para consolidar sua política opressora.
O passo seguinte foi manifestado pela barbárie de uma religião totalitária (v. 6,7). A religião totalitária exige a lealdade das pessoas pela força. Não conquista os corações, mas obriga as consciências. As pessoas se dobram por medo, não por devoção. E a religião do terror, não do amor. Estabelece uma pena para a desobediência: a morte. Estabelece um método para matar: a fornalha ardente. Nabucodonozor institui uma inquisição bárbara, uma adoração compulsória, uma religião opressora. Quando a religião se desvia da verdade, torna-se o braço da intolerância e da truculência.
A acusação (v.8-12)
As pessoas ingratas têm memória curta (v. 8). Os caldeus tinham sido poupados da morte pela intervenção de Daniel e seus amigos (Dn 2.5,18). Agora eles, de forma ingrata, acusam as pessoas que lhes ajudaram, no passado, a se livrar da morte. A ingratidão é uma atitude que fere as pessoas e entristece a Deus. A acusação dos caldeus é maliciosa. A palavra hebraica significa “comer a carne de alguém”.14
As pessoas invejosas tentam se promover buscando a destruição dos concorrentes (v. 12). Os caldeus usam a arma da bajulação ao rei antes de acusar os judeus. Eles acrescentam um fato inverídico: “Não fizeram caso de ti”. Eles não querem informar, mas distorcer os fatos e destruir os judeus. Isso, apenas porque esses judeus foram constituídos sobre os negócios da província. A inveja foi o pecado que levou Lúcifer a ser um querubim descontente, mesmo no céu, e a tornar-se um demônio. A inveja provoca contendas, brigas, mortes e desastres.
As pessoas fiéis, entretanto, entendem que fidelidade é uma questão inegociável. A fidelidade a Deus é mais importante que a preservação da própria vida. Esses jovens entenderam que agradar a Deus é mais importante que preservar a própria vida. A principal lição desse texto não é o livramento miraculoso, mas a fidelidade inegociável.15
Três jovens têm coragem de discordar de todos; de preferir a morte ao pecado. Estão dispostos a morrer, não a pecar. Transigir era uma palavra que não constava do vocabulário deles.
A fidelidade incondicional não é uma barganha com Deus. Muitas vezes, nossa fidelidade a Deus nos levará à fornalha, à cova dos leões, à prisão, a sermos rejeitados pelo grupo, a sermos despedidos de uma empresa, a sermos rejeitados na escola. Nosso compromisso não é com o sucesso, mas com a fidelidade a Deus.
Ceder à pressão da maioria pode destruir sua vida mais que o fogo da fornalha. Muitos jovens crentes são tentados a ceder. Jovens cristãos são instados a se embriagar com seus amigos ou a perder a virgindade antes do casamento. São tentados a mentir aos pais, a ver filmes indecentes, a curtir músicas maliciosas do mundo.16 O mundo tem sua própria fornalha ardente à espera daqueles que não se conformam em adorar seus ídolos. É a fornalha de ser desprezado, ridicularizado. Os que são fiéis a Deus são chamados de retrógrados. Cuidado com a opinião da maioria, ela pode estar errada e, via de regra, está.
A firmeza (v. 13-18)
É importante entender que não fomos chamados para sermos advogados de Deus, mas Suas testemunhas (v. 16-18). Os três jovens não entraram numa discussão infrutífera. Eles não tentaram defender Deus. Eles apenas testemunharam dEle, mostrando que estavam prontos a morrer, mas não a ser infiéis a Deus. Nabucodonozor tenta intimidá-los, dizendo que deus nenhum poderia livrá-los de sua mão (v. 15). Mas eles não tentam defender a reputação de Deus, procuram apenas obedecê-Lo (v. 16,17).
É importante entender, também, que nossa fé não pode ser arrogante (v. 17,18). Os três jovens dizem que Deus pode livrar, mas não dizem que Deus o fará. Eles não são donos da agenda de Deus. Eles não decretam nada para Deus. Eles não dizem: “Eu não aceito isto”; “Eu rejeito aquilo”; “Eu repreendo o fogo”; “O rei está amarrado”. Eles não determinam o que Deus deve fazer. Nem sempre é da vontade de Deus livrar Seus filhos dos padecimentos e da morte. O patriarca Jó, no auge da sua dor gritou: “Ainda que Deus me mate, eu ainda confiarei nele” (Jó 13:15 ARA). Tiago, Paulo, John Huss, William Tyndale foram mortos, não poupados. Às vezes, Deus livra Seus filhos da morte; outras vezes, da morte. Não importa, pois “se vivemos para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor” (Rm 14.8).
Devemos ser fiéis a Deus, não apenas pelo que Deus faz, mas por quem Deus é (v. 17,18). Aqueles jovens não serviam a Deus por causa dos benefícios recebidos. A religião deles não era um negócio, uma barganha com Deus. Eles serviam a Deus por causa do caráter de Deus. Eles tinham uma fé teocêntrica, não antropocêntrica. Hoje as pessoas buscam a Deus, não por causa de Deus, mas por causa das dádivas de Deus. Querem bênçãos, não Deus.
Devemos fazer o que é certo e deixar as conseqüências nas mãos de Deus (v. 17,18). Nossa função é sermos fiéis, não administrar resultados. Olyott, corretamente, diz que é melhor ser morto prematuramente e encontrar o reto Juiz em paz que viver um pouco mais com vida repreensível e encontrá-Lo em terror.17 Precisamos continuar crendo em Deus apesar das circunstâncias. Viver não é preciso, andar com Deus sim. A morte por causa de Cristo não é uma tragédia, mas uma promoção. Os que morrem no Senhor são bem-aventurados. Ainda hoje, muitos cristãos preferem a morte nas prisões à liberdade no pecado. Prova disso é que mais da metade de todos os mártires da história viveram no século 20.
A liberdade (v. 19-25)
A fúria descontrolada é insensata. Nabucodonozor estava furioso e transtornado. Uma pessoa, assim, torna- se inconseqüente e insensata: Nabucodonozor desafiou a Deus (v. 15), mandou aquecer a fornalha sete vezes (v.
19)   e mandou atar as pessoas antes de jogá-las no fogo (v.
20)     . Contudo, o fogo queimou não os crentes, mas seus algozes (v. 21).
Deus não nos livra dos problemas, mas nos problemas (v. 24,25). Deus não impediu a fabricação da imagem, não impediu que Nabucodonozor acendesse a fornalha, não impediu a divulgação do decreto, não impediu que os três jovens fossem acusados, não os livrou da fúria do rei nem do fogo da fornalha. Deus não impediu que eles fossem atados e jogados na fornalha acesa e aquecida sete vezes mais, mas livrou-os na fornalha (Is 43.1-3).
Deus transformou o instrumento de morte em instrumento de livramento (v. 25,27). O fogo os libertou das amarras, e Deus os libertou do fogo. O fogo só queimou as cordas que os prendiam. O fogo os libertou das cordas, e Deus os libertou do fogo. Eles foram atados e jogados ao fogo, mas, eles não foram tirados do fogo. Eles saíram do fogo. Eles foram jogados amarrados, mas saíram livres (v. 26)! Olyott diz que o livramento no fogo é a estratégia de Deus.18
Quando todos os recursos da terra acabam, encontramos o livramento no quarto Homem, ainda que em meio da fornalha (v. 24,25). O livramento por intermédio do quarto Homem pode ser notado por meio da: 1) presença; 2) preservação e 3) promoção.
Deus desce para estar conosco na hora de nossa maior aflição. Ele é Deus conosco nas provas, nos vales, na dor, na solidão, na perseguição, na doença, no luto, na fornalha, e na morte. Ele é o quarto Homem.
O livramento no fogo é a estratégia de Deus. Quando somos fiéis a Deus, Ele tem um encontro conosco na fornalha. Só temos duas escolhas: ou ficamos fora da fornalha com Nabucodonozor ou dentro dela com Cristo. O lugar do calor da prova é o mesmo lugar da comunhão íntima com Cristo.'1
Não há fornalha ardente que possa destruir o povo de Deus. O quarto Homem sempre vem ao nosso encontro. Ele prometeu: “Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.20).
A promoção (v. 26-30)
Quando você honra a Deus, Ele honra você (v. 26). O mesmo rei que ficou com o rosto transtornado de ira contra eles, agora os chamou reverentemente de servos do Deus Altíssimo (v. 26). O mesmo rei que decretou a morte deles, agora os faz prosperar (v. 30).
Quando você é fiel a Deus, o nome de Deus é exaltado (v. 28,29). O mesmo rei que pensou que nenhum deus poderia livrar os jovens de sua mão, agora está bendizendo a Deus e reconhecendo que não há Deus que possa livrar como Ele. Deus é glorificado, e os servos de Deus promovidos, sempre que a igreja responde às pressões do mundo com uma fidelidade inegociável.
Muitoshomens de Deusjáestiveramnafornalha: Abraão, em Moriá; Jacó, no vau de Jaboque; José, na prisão; Davi, na caverna; Daniel, na cova dos leões; Pedro, no cárcere; João, na ilha de Patmos. Todos esses experimentaram também a presença consoladora e libertadora do quarto Homem na fornalha. O quarto Homem sempre vem ao nosso encontro quando nossos recursos acabam. Ele está conosco sempre. Ele caminha conosco no meio do fogo, da dor, da doença, do abandono, da solidão, do luto e da morte.
Quando o quarto Homem nos faz sair da fornalha, até nossos inimigos precisam reconhecer a majestade de Deus e dar glória a Seu nome (v. 28). Deus nos promove quando saímos da fornalha. Saímos dela mais fortes e mais próximos de Deus.  
Comentário Moody
Daniel 3

B. Nabucodonosor Prova a Fé do Crente: Uma Lição de Firmeza na Fé. 3:1-30.
Tudo em Daniel 3 sugere claramente que o propósito principal deste capítulo é diretamente prático e não doutrinário. Não há predições. A narrativa simplesmente fala da sorte dos três amigos de Daniel na qualidade de firmes confessores da fé (Daniel não aparece no capítulo). Hebreus 11:34 cita a história como uma lição de fé. O incidente principal é o tema de um desenvolvimento espúrio da história em um livro apócrifo conhecido como "A Canção dos Três Jovens Hebreus".
Os personagens do "drama" são conhecidos, todos já tendo sido apresentados anteriormente: Nabucodonosor (Dn. 3:1; cons. 1:1; 2:1); os caldeus (3: 8; cons. 2:2); os "três jovens hebreus" (3:12 e segs.; cons. 1:6, 7; 2:17, 49). Por que Daniel não foi descoberto em desobediência civil como os três foram, explica-se melhor pela conjectura de que estivesse ausente da cidade em alguma obrigação oficial.
Em harmonia com o caráter didático desta narrativa, sugerimos um esboço homilético e não um analítico. Os atos apresentados são os seguintes : 1) a oposição à fé (v. 1; cons. v. 8); 2) a tentação da fé (vs. 2-15); 3) a demonstração da fé (vs. 16-18); 4) a salvação pela fé (vs,19-30).
1) A Oposição à Fé. 3:1 (cons. v. 8).
A ocasião foi o levantamento de uma 1magem idólatra. As medidas fornecidas em proporção, 60 X 6 = 10 X 1, dão a idéia de uma imagem sobre um pedestal. Quanto à localização em Dura, embora haja pelo menos três lugares com esse nome de acordo com os mestres, só uma ficava perto da cidade. A imagem devia ter sido dedicada a alguma divindade babilônica, embora os versículos 12, 14, 18 pareçam anular isto. Montgomery e Keil argumentam que era um símbolo do império de Nabucodonosor. A acusação de traição (v. 12) sustenta essa declaração.
Seiss (Joseph A. Seiss, Voices from Babylon) acha que devia ser um símbolo de Jeová, uma vez que Nabucodonosor parecia querer declarar a Sua supremacia (2:47, 48). Temos precedentes para imagens de Jeová (Ex. 32; I Reis 12:25-33; cons. Atos 17:23), mas parece-nos improvável que esta tenha sido uma delas. As pessoas que lideraram o ataque (Dn. 3:8) eram aquelas que deveriam ser amigas desses hebreus, uma vez que lhes deviam suas vidas. Mas, como todos os homens perversos, opunham-se ao verdadeiro culto a Deus (cons. Pv. 29:25; Mt. 10:16-39, esp. v. 28).

2) A Tentação da Fé. 3:2-15.
A tentação era em primeiro lugar para perversão da fé. A idolatria é essencialmente a perversão de um apetite sadio de ver a Deus (João 14:6). Mas a fé deve sempre ser colocada no "Invisível" só mais tarde "feito carne" (veja Rm. 1:23; I João 5:21; Atos 17:29; Êx. 20:4-6). A tentação era em segundo lugar, para comprometer a sua fé. O progresso de sua profissão parecia depender de sua conformação com a idolatria, contanto que ocultassem ardilosamente a sua rejeição (cons. lI Reis 5:15-19). O versículo 14 sugere também uma tentação de ocultamento da fé.
3. Os sátrapas, os prefeitos e governadores, os juízos, os tesoureiros, os magistrados, os conselheiros e todos os oficiais das províncias (cons. v. 2). Alguns desses termos são semita, como o eram as línguas da Babilônia, o hebraico e o aramaico; outros vinham do persa, uma língua não semita dos senhores medo-persas do reino que se seguiu em 539 A.C (cont. caps. 5 e 6). Argumenta-se que as palavras persas foram usadas anacronicamente. Isto não está implícito, uma vez que a narrativa foi composta por Daniel, que publicou o seu livro no período persa. As palavras escolhidas, então, poderiam ter sido termos que melhor se adaptassem à compreensão e costumes dos seus leitores. Se este livro fosse composto no período grego, na Palestina, como muitos críticos defendem, seria bastante surpreendente que se usasse nele alguma palavra babilônica.
5. O som da trombeta, do pífaro, da harpa, da citara, do saltério, da gaita de foles, etc. (com. vs. 7, 10, 15). Tem-se defendido que, considerando que alguns dos nomes desses instrumentos são gregos, o livro deve ter sido escrito depois que Alexandre conquistou o Oriente. Com o passar dos anos, contudo, estudos históricos demonstram cada vez mais convincentemente que houve uma troca de cultura precoce entre a Grécia e o Oriente. Esses instrumentos musicais de origem grega simplesmente levaram consigo seus nomes gregos, como acontece com semelhante intercâmbio cultural hoje em dia, a saber, o piano, a viola, a guitarra, a citara, etc.
3) A Demonstração da Fé. 3:16-18.
16. Ó Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de te responder. Ausência de quaisquer títulos lisonjeadores na maneira dos hebreus tratarem o rei não indica nenhum desrespeito – antes integridade concisa. Talvez o nome Nabucodonosor deveria estar ligado ao sentido de "o rei" do discurso começasse com "não estamos preocupados . . . " Em vez de não necessitamos, leia-se não há necessidade. Estas palavras expressam total submissão e parecem responder à pergunta do rei no versículo 14. É verdade . . . ? ou antes, Estais determinados a . . . ?
17, 18. O nosso Deus . . . quer livrar-nos. (Cons. II Tm. 1:12). Ele nos livrará . . . das tuas mãos. Isto expressa a plena confiança de sua fé. Eles não sabiam como Deus os livraria da mão do rei – se pela morte, chamando-os à Sua presença, ou por intermédio de um ato especial da providência, salvando-os com vida. Mas mortos ou vivos, sabiam que pertenciam a Deus (I Cr. 3:21-23; veja também Hb. 13:6).
4) A Salvação pela Fé. 3:19-30.
19. Sete vezes mais. Possivelmente a palavra aramaica had, traduzida para um, na A.V., tenha aqui o sentido de nosso artigo indefinido "um"; portanto um sete vezes mais. Talvez fosse uma espécie conhecida de alguma coisa que podia ser multiplicada por sete (por exemplo, a palavra heb. para semana é sete, como também a palavra semelhante para juramento). Este sete seria, então, como sugere Zoeckler (Lange's Comm.), um número que totalizava a penalidade judicial. Veja também Lv. 26:18-24; Mt. 18:21, 22.
21. Foram amarrados em suas próprias roupas, pois não foi dado tempo para preparativos especiais. O significado das palavras para as peças das roupas está atualmente quase que totalmente perdido. Deve ter-se perdido desde o tempo das primeiras traduções, e a Septuaginta (não o texto grego de Teodósio, que é melhor) vem do período quando certos críticos acham que este livro foi escrito. Se as palavras eram desconhecidas nos dois primeiros séculos e meio A.C. , então o livro deve ter sido escrito muito antes.
24,25. Estas palavras devem ser interpretadas do ponto de vista pagão de Nabucodonosor, não de nosso ponto de vista cristão. Semelhante a um filho dos deuses (no aram. da-mê lebar elahîn), isto é, como um ser de aparência divina. O rei estava pensando nas diversas classes de divindades pagãs. (Um caso semelhante de erro na A.V. se encontra em Mt. 27:54). Esta pessoa poderia muito bem ter sido o Filho de Deus pré-encarnado, mas nesse caso, Nabucodonosor não sabia quem Ele era. Veja Is. 43:1-3.
A vitória da fé tinha cinco objetivos:
1) Foram soltos de suas amarras (v. 25).
2) Foram protegidos do mal (v. 27).
3) Foram confortados na provação (vs. 24, 25, 28).
4) Seu Deus foi glorificado (v. 29).
5) Como servos de Deus foram recompensados (v. 30).

Comentário Bíblico NVI- FFbruce
A IMAGEM E OS TRÊS JOVENS TEM ENTES A D EU S (3.1-30)
1) A im a g em d e N a b u c o d o n o so r (3.1-7)
A reforma d e estátuas antigas ou a confecção
d e novas era um a característica com um
das resp on sab ilid ad es do rei. N ã o sabem os
qual d eu s foi honrado por essa estátua, não
há pista rem anescente fora d esse capítulo; é
im provável q u e se tenha representado o rei
por m eio dela. A lgu n s têm sugerido q u e o
son h o do cap. 2 in d u ziu N a b u co d o n o so r a
erguer e sse colosso. Por outro lado, a idéia já
e m d e se n v o lv im e n to nas in te n ç õ e s do rei
pode ter precipitado o sonho, vinte e sete metros
de altura e dois metros e setenta centímetros de largura-.
qualquer que tenha sido a figura qu e foi
criada, ela p o d e ter sido elev a d a sobre um
pedestal. Estátuas d e ouro eram encontradas
com freqüência nos tem plos, e os textos antigos
d escrevem m uitas delas. O ouro revestia
um material mais sim ples (cf. Is 40.18ss).
N abucodonosor conta do ouro que e le esbanjou
nos santuários da Babilônia, e H eródoto
d escrev e os seu s ricos u ten sílio s e grandes
estátuas (I. 183). Dura-, um local d esco n h ecido
na região plana dos rios da Babilônia, onde
o m on u m en to seria visto d e longe, receb en do
tam bém a lu z solar. v . 2. convocou-, para
mostrar as realizações do rei e garantir a lealdade
dos seu s oficiais. Alistar títulos fazia parte
do estilo d e narrativa (cf. 2.2), característica
preservada tam b ém na B abilônia. S o b rev iv
eu um a lista da corte d e N ab u cod on osor,
encontrada na cid a d e da B abilônia (A N E T'
p. 307-8). M etade dos oito títulos são term os
do persa antigo (sátrapas, conselheiros, tesoureiros,
juizes)-, dois, assírios assim ilados p elo
aramaico (prefeitos, governadores)-, dois, aram
aicos (magistrados, autoridades provinciais).
Essa lista im p on en te é repetida no v. 3 e parcialm
en te no v. 27, assim com o os instrum entos
m usicais são repetidos nos v. 5,7,15. v . 4.
o arauto-, um m em bro indispensável da corte
a n tes da ép o ca da com u n icação d e m assa.
C om o em E t 3.12 etc., tom ou -se o cuidado
d e transmitir o decreto a todos. v . 5 . A música
era essencial nos tem p los e palácios antigos.
C antores e instrum entistas eram recrutados
d e perto e d e longe, d e forma voluntária ou
com o tributos ou cativos. D o s se is in stru m
entos na orquestra d e N abucodonosor, três
têm n om es gregos, cítara, harpa e flauta dupla
(qitros, psantêrin, sümponyã). V isto q u e
certam ente havia gregos na Babilônia d e N a bucodonosor
(v. com entário d e 1.5 e Introdução,
“As línguas d e D a n iel”), essas palavras
não são “evidência filológica sólida do reflexo da civilização h elen ista em D a n iel” (M ontgom
ery). Embora não ocorra nen h u m e x em p
lo d e sümponyã com o instrum ento m usical
em fon tes gregas antes do sécu lo II a.C., a
palavra é com u m em outros sen tid os m usicais
(harmonia, alguns acordes), e poderia ter
sid o usada assim aqui (v. T . C. M itch ell e
R. Joyce em Notes..., e J. R im m er e T . C.
M itchell, AncientMusical Instruments of Western
Asia in the British Museum, L o n d o n , 1969).
v . 6. fornalha-, o castigo é con h ecid o d e raras
referências em textos legais cuneiform es (cf.
ANET, 3. ed ., p. 627-8). E ntre o T ig re e o
E ufrates, em tom o da cid ad e da B abilônia,
havia m uitas “olarias”, algum as com fornos
(em bora a maioria dos tijolos fosse sim p lesm
e n te q u eim a d a ao so l), p rop orcio n a n d o
um a ferram enta sem p re d isp o n ív e l para a
execu ção dos inim igos do rei.
2 ) O s tr ê s a m ig o s c o n fia n te s (3 .8 -1 8 )
v . 8 . denunciaram-, por inveja, um a sorte
com um aos honestos, sem m eios satisfatórios
d e refutação, p ois a acusação não era falsa,
v . 10. decreto-, uma palavra diferente da palavra
persa dat d e 2.9ss; 6.5ss, provavelm ente
o seu sin ô n im o aramaico. v . 1 2 . alguns judeus:
lit. “hom ens d e Judá”, a raça estrangeira
ajuda a formar um retrato d e desavença.
que não te dão ouvidos-, destaca-se com isso a
bondade do rei para com os três e a d eslealdade
d estes, com o tam bém a sua posição religiosa;
eles são retratados com o hom ens qu e
rejeitaram os v a lo res d e N a b u c o d o n o so r .
v . 13. Essas acusações falsas tocam no ponto
fraco do rei, mas e le não puniria os hom ens
sem ouvi-los. S e isso fosse verdade, esse d e safio
era digno d e ser visto, e o seu castigo
seria um esp etá cu lo p ú b lico salutar. A sua
pergunta se concentrou no aspecto religioso
(nem aqui n em no v. 18 é repetida a acusação
“não te dão ou vid os”), e e le ainda ofereceu
um a oportunidade aos acusados d e provar
a sua lealdade, sob coerção. E que deus (v. 15)
faz eco à zombaria d e R absaqué, oficial d e
S e n a q u e r ib e (2 R s 1 8 .3 2 -3 5 ), o rgu lh o q u e
d e forma traiçoeira recai sobre os altam ente
bem -sucedidos, v . 16-1 8 . C om o resposta, os
três amigos admitiram qu e não tinham defesa
1188
alguma; eles se confiaram totalm ente ao seu
D eu s. O s v. 17,18 são mais b em traduzidos
assim: “S e o nosso D eu s, a q u em servim os, é
capaz d e nos salvar, e le vai nos salvar [...]
mas se não, que seja con h ecid o a ti, ó rei...”,
respondendo à pergunta do rei do v. 15 (v. P.
W. C oxon, VT 26 (1976), p. 400-9). A fé e as
convicções dos três não permitiriam qu e prestassem
culto aos deuses da Babilônia n em que
adorassem a imagem de ouro, m esm o q u e o
seu D eu s não se d isp u sesse a intervir.
3 ) S a íd o s d a s c h a m a s (3 .1 9 -3 0 )
Provocação declarada, foi o que N a b u codonosor
con clu iu , e isso in ev ita v e lm e n te o
levou ao ápice d e sua fúria. Para demonstrar
o poder absoluto do tirano, o fogo foi atiçado
até o calor máximo; não deveria sobrar nem
v estíg io dos reb eld es in so len tes, n em m esm
o cin za s id e n tific á v e is. (Q u eim ar restos
h u m a n o s era a lg o r e p r e e n sív e l, A m 2 .1 .)
v . 2 1 . Os três foram amarrados p elos soldados
mais fortes com o uma parte da exibição
pública. E v id en tem en te, os am igos estavam
usando v estim en tas da corte; os term os são
obscuros, p rovavelm en te os três são persas,
v . 2 4 ,2 5 . N e m o tirano n em a sua fornalha se
mostraram tão fortes com o e le tinha pensado;
a esperança aparentem ente sem fu n d am en to
expressa p elo s três (v. 17) foi vindicada.
N abucodonosor pôde enxergar dentro da fornalha
através d e um a porta ou d e um respiradouro
lateral, ao p asso q u e os três haviam
sido lançados nela por m eio d e um a abertura
superior, e foi ali que o calor matou os guardas.
S o m e n te N ab u cod on osor viu o quarto
hom em , um d e forma claram ente sobrenatural.
As suas palavras se parece com um filho dos
deuses não revelam a form a em q u e se fe z
e ss e r e c o n h e c im e n to . S e o aram aico p o d e
ser c o n sid e r a d o e q u iv a le n te ao h eb ra ico
“filho(s) d e d eu s(es)”, esse era um m em bro
da corte celestial (Jó 1.6 etc.), com o afirma o
relato do rei (v. 28). P rovavelm en te não se
d e v e ver aqui um a aparição pré-encarnada
d e Cristo; o N T não faz essa tentativa d e id en tific
a ç ã o (c o n tr a ste Is 6.1 co m Jo 1 2 .4 1 ).
v . 2 6 . Deus Altíssimo-, essa é a percepção de Nabucodonosor de um poder pessoal m uito
superior a qualquer poder q u e e le ou os seus
d e u se s poderiam dem onstrar. Mesmo confessando
isso, e le con tin u ou politeísta, apeg
a n d o -se aos d e u se s q u e tin h a c o n h e c id o
d esd e a infância, em vez d e se devotar A quele
que acabara d e conhecer, v . 2 7 . A proteção
de D e u s se esten d eu a toda a roupa dos três e
até aos fios d e cabelo, testem unhando assim
do seu poder total e do controle sobre as forças
da natureza (contraste com o destin o dos
h o m en s do rei, v. 22). v . 2 8 ,2 9 . A fé e as
convicções que os três tão ten azm en te d efen deram
diante das am eaças do tirano receb e
um tributo do próprio tirano. A partir daí, a
religião d e le s era um a religião p erm itida e
protegida. A ssim , a fé e a confiança d e poucos
beneficiaram a m uitos.