quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Comentários Gênesis 3

Bíblia de Aplicação Pessoal

3.1 Disfarçado como uma ardilosa serpente, Satanás deveu tentar a Eva. Alguma vez, Satanás foi um ser angélico que se rebelou contra Deus e foi jogado do céu. Satanás é um ser criado e portanto tem limitações. Mesmo que Satanás está tratando de tentar a todos para afastar os de Deus, não terá a vitória final. Em Gen 3:14-15 Deus promete que Satanás será esmagado por um da semente da mulher, o Messías.

3.1-6 por que Satanás nos prova? A tentação é um convite de Satanás para nos entregar a seu estilo de vida e renunciar ao estilo de vida de Deus. Satanás tentou a Eva e obteve que pecasse. Após se mantém ocupado tratando de conseguir que a gente peque. Inclusive tentou ao Jesus (Mat 4:11), mas Jesus não pecou!
De que maneira poderia ter resistido Eva a tentação? Seguindo os mesmos princípios que nós podemos seguir. Primeiro, devemos nos dar conta de que ser tentados não é um pecado. Não pecamos até que nos rendemos ante a tentação. portanto, para resistir a tentação, devemos: (1) orar pedindo forças para resisti-la, (2) fugir (algumas vezes literalmente), e (3) dizer não quando enfrentarmos a algo que nos consta que não é correto. Jam 1:12 fala das bênções e recompensas para aqueles que não se rendem ante a tentação.

3.1-6 A serpente (Satanás) tentou a Eva fazendo-a duvidar da bondade de Deus. O sugeriu que Deus era estrito, mísero e egoísta já que não queria que Eva tivesse como O conhecimento do bem e do mal. Satanás fez que Eva se esquecesse de tudo o que Deus lhe tinha dado e que centrasse sua atenção na única coisa que não podia ter. Também, nos metemos em problemas quando insistimos em emprestar atenção às poucas coisas que não temos em lugar de olhar o muito que Deus nos deu. A próxima vez que sinta lástima de si pelo que não tem, considere tudo o que sim tem e agradeça a Deus. Logo suas dúvidas não o farão cair em pecado.

3.5 Adão e Eva obtiveram o que queriam: um conhecimento íntimo tanto do bem como do mal. Mas o obtiveram através do caminho equivocado e o resultado foi desastroso. Às vezes temos a ilusão que liberdade é fazer o que a um agrada. Deus diz que a verdadeira liberdade provém da obediência e de saber o que não devemos fazer. As restrições que O nos deu são para nosso próprio benefício, nos ajudando a evitar o mal. Temos a liberdade de caminhar de frente a um automóvel que vem para nós a alta velocidade, mas não é necessário que sejamos atropelados para nos dar conta de que se o fazemos seria algo realmente tolo. Não escute as tentações de Satanás. Não é necessário que faça o mau para obter maior experiência e aprender mais a respeito da vida.

3.5 Satanás utilizou um motivo sincero para tentar a Eva: "Chegará a ser como Deus!" Não estava mal que Eva queria ser como Deus. Parecer-se mais a Deus é a meta suprema da humanidade. É o que se supõe que devemos fazer. Mas Satanás enganou a Eva no que respeita ao modo apropriado de obter este objetivo. Disse-lhe que ela poderia parecer-se mais a Deus ao desafiar sua autoridade, tomando seu lugar e decidindo por si mesmo o que era melhor para sua vida. Em efeito, disse-lhe que se convertesse em seu próprio deus.
Mas chegar a ser como Deus não é o mesmo que tratar de ser Deus. Mas bem, é refletir suas características e reconhecer sua autoridade sobre sua vida. Ao igual a Eva, freqüentemente temos uma meta muito valiosa mas tratamos de alcançar a de um modo equivocado. Comportamo-nos como um candidato político que lhe paga ao encarregado da recontagem de votos para ganhar as eleições. Quando faz isto, servir ao povo deixa de ser sua meta principal.
A exaltação do eu conduz à rebelião contra Deus. logo que começamos a tirar deus de nossos planos, estamo-nos colocando nós mesmos por cima do. Isto é exatamente o que Satanás quer que façamos.


3.6 Satanás tratou de que Eva pensasse que o pecado era bom, prazenteiro e desejável. O conhecimento tanto do bem como do mal parecia inofensivo a ela. Pelo general, a gente decide fazer coisas más porque se convenceu de que essas coisas são boas, ao menos para eles mesmos. Nossos pecados não sempre nos parecem horríveis, e os pecados que dão prazer são os que nos custa mais trabalho evitar. Assim prepare-se para as atrativas tentações que possam surgir a seu passo. Mesmo que não sempre possamos acautelar a tentação, sempre há uma saída (1Co 10:13). Recorra à Palavra de Deus e a seu povo para permanecer firme ante a tentação.

3.6, 7 Observe com atenção o que fez Eva: olhou, tomou, comeu e deu. Freqüentemente a batalha está perdida ao primeira olhada. A tentação começa simplesmente ao olhar algo que queremos. Está você lutando com a tentação porque não aprendeu que olhar é o primeiro passo para o pecado? Sairemos vitoriosos da tentação mais freqüentemente se seguirmos o conselho do Paulo de fugir daquelas coisas que nos produzem maus pensamentos (2Ti 2:22).

3.6, 7 Uma das realidades do pecado é que seu efeito se estende. depois de que Eva pecasse, envolveu ao Adão em sua má ação. Quando fazemos algo mau, freqüentemente nosso primeiro alívio da culpa vem quando envolvemos a alguém mais. Como desperdício tóxico derramado em um rio, o pecado se estende rapidamente. Reconheça e confesse seu pecado a Deus antes de que seja tentado e polua aos que estão a seu redor.

3.7, 8 depois de pecar, Adão e Eva se sentiram culpados e envergonhados por sua nudez. Seus sentimentos de culpabilidade os fizeram fugir de Deus e trataram de esconder-se. Uma consciência culpado é um sinal de advertência que Deus colocou dentro de você que se acende quando tem feito o mau. Quão pior pode fazer é eliminar os sentimentos de culpabilidade sem eliminar a causa. É como utilizar um analgésico sem detectar a enfermidade. Alegre se de que esses sentimentos estejam aí, fazem-no estar consciente de seu pecado para que assim possa pedir o perdão de Deus e corrigir suas más ações.

3.8 Resulta graciosa a imagem de dois humanos talheres com folhas de figueira tratando de esconder do Deus que todo o vê e todo sabe. Como puderam ser tão parvos de pensar que podiam esconder-se? Entretanto, nós fazemos o mesmo quando tratamos de lhe ocultar coisas a Deus. lhe conte tudo o que faz e pensa e não trate de esconder-se, é impossível. A sinceridade fortalecerá sua relação com Deus.

3.8, 9 Este versículo mostra o desejo de Deus de ter amizade conosco. Também mostra por que temos medo de ter uma relação com O. Adão e Eva se esconderam quando escutaram que se aproximava. Deus queria estar com eles, mas por causa de seu pecado, Adão e Eva tinham medo de mostrar-se ante O. O pecado tinha quebrado sua comunhão com Deus, assim como tem quebrado nossa comunhão com Deus. Mas por meio do Jesucristo, o Filho de Deus, aberto-se o caminho para que renovemos nossa amizade com O. Deus deseja estar conosco. O nos oferece totalmente seu amor incondicional. Nossa resposta natural é o temor, já que sabemos que não podemos viver sob suas normas. Mas o reconhecer que O nos ama, apesar de nossas faltas, pode-nos ajudar a tirar esse temor.

3.11-13 Adão e Eva não fizeram caso à advertência de Deus em 2.16, 17. Eles não entenderam as razões deste mandamento, assim decidiram atuar da forma que lhes parecia mais apropriada. Todos os mandamentos de Deus são obviamente para nosso próprio benefício, mas pode que não sempre entendamos as razões. O povo que confia em Deus lhe obedecerá porque Deus o pede, seja que entenda ou não o porquê de seus mandamentos.

3.11-13 Quando Deus perguntou ao Adão sobre seu pecado, Adão culpou a Eva. Logo Eva culpou à serpente. Quão fácil é desculpar nossos pecados culpando a outra pessoa ou às circunstâncias. Mas Deus sabe a verdade. E O nos faz responsáveis a cada um de nós pelo que fazemos (veja-se 3.14-19). Admita seu pecado e peça desculpas a Deus. Não trate de escapar de seu pecado culpando a outro.

3.14ss Adão e Eva escolheram seu curso de ação (desobediência) e logo Deus escolheu o seu. Como Deus santo só podia responder de uma maneira coerente com sua natureza moral perfeita. Não podia permitir passar por cima o pecado, devia castigá-lo. Se as conseqüências do pecado do Adão e Eva lhe parecem extremas, recorde que o pecado que cometeram pôs em ação a tendência do mundo à desobediência a Deus. Este é o motivo pelo qual ainda pecamos hoje: Todo ser humano que jamais tenha nascido, com a exceção do Jesus, possui a herança da natureza pecaminosa do Adão e Eva (Rom 5:12-21). O castigo do Adão e Eva reflete com que seriedade Deus vê o pecado de qualquer classe.

3.14-19 Adão e Eva aprenderam por meio de uma experiência dolorosa que, já que Deus é justo e odeia o pecado, deve castigar aos pecadores. O resto do livro de Gênese relata histórias dolorosas de vistas arruinadas pela queda. A desobediência é pecado e rompe nossa relação com Deus. Felizmente, quando desobedecemos, a vontade de Deus é nos perdoar e restaurar nossa relação com O.

3.15 Satanás é nosso inimigo, ele fará todo o possível para fazer que sigamos seu caminho de maldade e morte. A frase "Você lhe ferirá no calcanhar" se refere aos intentos constantes de Satanás de derrotar a Cristo durante sua vida na terra. "Esta te ferirá na cabeça", anuncia a derrota de Satanás quando Cristo se levantou da morte. Um golpe ao talão não é mortal, mas a gente atirado na cabeça sim. Já Deus estava revelando seu plano para derrotar a Satanás e oferecer salvação ao mundo por meio de seu Filho Jesucristo.

3.17-19 A desobediência do Adão e Eva, e a queda da graça de Deus afetou a toda a criação, incluindo o meio ambiente. Anos atrás a gente não se preocupava da contaminação dos rios com desperdícios químicos e lixo. Isto parecia tão insignificante, tão corriqueiro. Agora sabemos que só duas ou três partes por milhão de certas substâncias químicas podem danificar a saúde humana. O pecado em nossas vidas é extra�amente similar aos desperdícios tóxicos. Até as quantidades mais pequenas são letais.

3.22-24 A vida no horta do Éden era como viver no céu. Tudo era perfeito, e se Adão e Eva tivessem obedecido a Deus, poderiam ter vivido ali por sempre. Mas depois de desobedecer, Adão e Eva já não mereciam viver no paraíso, assim Deus lhes disse que se fossem. Se tivessem contínuo vivendo no horta e comendo da árvore da vida, teriam vivido para sempre. Mas a vida eterna em um estado de pecado significaria tratar de esconder-se eternamente de Deus. Como Adão e Eva, todos nós pecamos e estamos separados de Deus. Entretanto, nós não temos que permanecer separados. Deus está preparando uma nova terra como paraíso eterno para todo seu povo (veja-se Apocalipse 22).

3.24 Os querubins eram poderosos anjos do Senhor.

3.24 Assim é como Adão e Eva romperam sua relação com Deus: (1) chegaram a estar convencidos de que seu caminho era melhor que o de Deus; (2) coibiram-se e se esconderam; (3) trataram de desculpar-se e defender-se. Para construir uma relação com Deus devemos reverter esses passos: (1) abandonar as desculpas e a autodefesa; (2) deixar de nos esconder de Deus; (3) nos convencer de que o caminho de Deus é melhor que o nosso.

PLANO DO SATANAS
Dúvida:  Faz-nos questionar a Palavra de Deus e sua bondade
Desalento:  Faz-nos dirigir o olhar para nossos problemas e não para Deus
Confusão:  Faz que as coisas más nos pareçam atrativas para que as desejemos mais que as coisas boas
Derrota:  Faz-nos nos sentir fracassados
Demora:  Faz-nos pospor as coisas para que nunca as façamos                      


Comentário Moody
B. A Tentação e a Queda. 3:1-24.
O autor do Gênesis faz aqui uma lista dos passos que levaram à entrada do pecado nos corações daqueles indivíduos divinamente criados, que começaram suas vidas com corações tão puros e tantas promessas. A desobediência e o pecado obscureceram o quadro. Embora estes seres fossem moralmente honestos, receberam o poder da escolha; e estavam sujeitos ao poder do tentador a qualquer momento. Por isso o teste foi inevitável. O jardim era uma criação primorosa, cheia de provisões abundantes. O meio ambiente do homem nada deixava a desejar. Uma proibição, contudo, fora feita ao homem e à mulher. Todas as árvores, arbustos e guloseimas seriam deles, com exceção do fruto da "árvore do conhecimento do bem e do mal". Esta proibição parece que formou a atmosfera na qual as mentes humanas acolheram o apelo do tentador.
1. A serpente (neiheish). A narrativa apresenta o sedutor como um dos animais, que era muito mais sagaz do que os outros. A palavra hebraica contém a idéia de astúcia excepcional. (As lendas rabínicas dizem que a serpente andava ereta.) Ela tinha o poder de falar e falava livremente com sua vítima. Ela era ardilosa, insidiosa, maliciosa. Mais tarde a exegese identificará a serpente com Satanás ou o diabo. À luz de verdades bíblicas posteriores, estamos justificados em concluir que a serpente foi um instrumento especialmente escolhido por Satanás para este teste.
Em Ap. 12:9 o tentador é chamado de "o grande dragão, a velha serpente, chamada o diabo e Satanás" (cons. Milton, Paradise Lost, Livro IX). A palavra neiheish, que significa sibilante, sem dúvida se refere à espécie de ser que conhecemos como a serpente. Paulo declara que Satanás mascara-se de "anjo de luz" (II Co. 11:14). Ele escolheu o animal mais malicioso, mais sutil, mais cauteloso e controlou-o inteiramente para executar sua tarefa desastrosa. Jesus disse referindo-se a Satanás: "É mentiroso, e pai da mentira" (Jo. 8:44, cons. Rm. 16:20; II Co. 11:3; I Tm. 2:14; Ap. 20: 2).
O método de engano que a serpente usou com Eva foi o de distorcer o significado da proibição de Deus e então ridicularizá-la em sua nova forma. O tentador fingiu surpresa diante de tal ordem vinda de Deus. Então procurou abalar a fé da mulher semeando em sua mente dúvidas, suspeitas e falsos quadros do Todo-poderoso e seus motivos. Foi uma tentativa deliberada de desacreditar a Deus. Quando a fé falha, o firme fundamento da conduta moral entra em colapso. Só falta um pequenino passo da incredulidade para o pecado e a desgraça.
2:3. Respondeu-lhe a mulher. Conversar com o tentador sempre é perigoso. Inconsciente, a mulher estava revelando um desejo de entrar num acordo com o tentador. Ela não tinha a vantagem das palavras usadas por Jesus em Mt. 4:10 e a advertência de Tg. 4:7. Ela era inocente, ingênua e confiante; não servia de parceiro para o ardiloso antagonista. Ela não quis ficar de lado e ver Deus sendo deturpado; então tentou corajosamente corrigir a declaração da serpente. Mas citou a proibição de Deus de maneira errada, acrescentando a palavra tocareis.
5. Como Deus, sereis. Agora que Eva entrara na conversa, o sedutor avançou com seu argumento mais poderoso. Mais do que depressa ele deu a entender que o grande desejo do homem de ser igual a Deus foi deliberadamente frustrado por ordem divina. Ele acusou o Criador de egoísmo e falsidade maliciosa, apresentando-O como se tivesse inveja e não desejasse que Suas criaturas tivessem algo que as tornasse iguais ao Onisciente. (A palavra 'Elohim pode ser traduzida para Deus ou deuses, uma vez que se encontra no plural. A primeira forma é a preferida.)
6. Vendo a mulher . . . tomou. . . comeu, e deu. Os fortes verbos contam a história de maneira viva e clara. Algo aconteceu no raciocínio da mulher. Gradualmente o fruto tomou novo significado. Era atraente aos olhos, de bom paladar, e poderoso para conceder nova sabedoria. Ela deu mais um passo no campo da auto-decepção. Além de querer provar o alimento que era delicioso e atraente, queria também o poder. Ela cria que este fruto poderia satisfazer todos os seus desejos. O próximo passo foi automático e imediato. Tomou ... comeu. O tentador já não era mais necessário a partir desse momento. Eva assumiu a tarefa de apresentar o bem recomendado fruto a seu marido, e ele comeu.
7. Abriram-se. . . os olhos (peikah) . . . percebendo. A palavra peikah descreve um súbito milagre. A promessa do tentador cumpriu-se imediatamente; receberam percepção instantânea. Viram e perceberam. Mas o que viram foi muito diferente do quadro colorido pintado pela serpente. Houve um rude despertar da consciência. Viram a sua nudez, espiritual e física. Nasceu a vergonha e o medo. Quando Adão e Eva perceberam que tinham perdido o contato com Deus, uma terrível solidão apossou-se deles. Seguiram-se o remorso e suas inevitáveis misérias. Sua falta de fé sujeitou-os a todos infortúnios resultantes. Apressadamente fizeram para si cintas ou aventais para fornecer algum tipo de ocultamento, segundo seu parecer, para o seu medo, solidão e complexo de culpa.
8. A voz do Senhor Deus... pela viração do dia. (Kol, "voz" é, lit., som; lerûah, "viração", é vento ou brisa.) Podiam esconder-se de Deus, mas não podiam escapar dEle. O amoroso Criador não passaria por cima de sua desobediência, nem abandonaria pecadores trêmulos dentro de sua pungente necessidade. Eles eram Seus. Sua santidade tinha de vir revestida de amor, para buscá-los, encontrá-los e julgá-los. Comumente a aproximação de Deus lhes trazia alegria. Agora, terror e pavor os paralisaram, embora o Senhor não se aproximasse deles com trovões nem os chamasse asperamente.
9. É fácil imaginar-se a doçura da voz divina, quando ecoou através das árvores, na quietude da tarde, chamando: "Onde estás?" É claro que Deus sabia onde estavam o homem e a mulher. Mas apelava para eles, procurando com ternura e amor obter uma reação favorável. E procurou levar os transgressores gentilmente até a plena convicção dos seus pecados. Embora a Justiça estivesse ditando o procedimento, a Misericórdia eram quem dirigia. O Juiz daria a decisão e pronunciaria a sentença.
12. A mulher... me deu da árvore, e eu comi. As perguntas divinas foram diretas e incomumente específicas. Em vez de confessar abertamente, rogando por misericórdia, Adão e Eva começaram a apresentar desculpas, passando a responsabilidade de um para o outro. O homem um tanto temerariamente jogou parte da culpa sobre Deus - que (tu) me deste.
13. A mulher, recusando assumir a responsabilidade, jogou-a toda sobre a serpente. A serpente não tinha modos de passá-la adiante. Enganou (hish-shiani). O verbo carrega a idéia de engano (cons. o uso que Paulo faz do conceito em II Co. 11:3 ; I Tm. 2:14).
14. Maldita ('eirur) és. O Senhor destacou a origem e a instigação da tentação para condenação e degradação incomuns. Daquele momento em diante passou a rastejar no pó e até alimentar-se dele. Rastejaria pela vida afora na desgraça, e o ódio seria a sua porção vindo de todas as direções. Muitos a considerariam para sempre como o símbolo da degradação daquele que tinha injuriado a Deus (cons. Is. 65:25). Além de representar a raça da serpente, também representaria o poder do reino do mal. Enquanto houvesse vida, os homens a odiariam e procurariam destruí-la.
15. Porei inimizade. A palavra 'ebé indica a inimizade feudal profundamente enraizada no coração do homem (cons. Nm. 35:19, 20; Ez. 25:15-17; 35:5, 6). Tu lhe ferirás (shup). Profecia de luta contínua entre os descendentes da mulher e os da serpente para se destruírem mutuamente. O verbo shup é raro (cons. Jó 9:17; Sl. 139:11). É o mesmo em ambas as cláusulas. Quando traduzido para esmagar, parece apropriado para a referência relativa à cabeça da serpente, mas não tão exato ao descrever o ataque da Serpente ao calcanhar do homem.
Também foi traduzido para espreitar, mirar ou (LXX) vigiar. A Vulgata o traduz para conteret, "ferir", no primeiro exemplo, e insidiaberis, "espreitar" na segunda cláusula. Assim, temos nesta famosa passagem, chamada protevangelium, "primeiro evangelho", o anúncio de uma luta prolongada, antagonismo perpétuo, feridas de ambos os lados, e vitória final para a semente da mulher. A promessa de Deus de que a cabeça da serpente seria esmagada apontava para a vinda do Messias e a vitória garantida. Esta certeza entrou pelos ouvidos das primeiras criaturas de Deus como uma bendita esperança de redenção. Uma tradução infeliz da Vulgata muda o pronome lhe (dele, v. 15c) para o feminino, fornecendo apoio espúrio para as reivindicações infundadas relativas à "Bendita Virgem Maria".
16. E à mulher disse. Para a mulher, Deus predisse sujeição ao homem, e sofrimento. Gravidez e parto seriam acompanhadas de dores. A palavra 'asvon descreve dores físicas e mentais. Eva realizaria seus anseios e desejos femininos, mas não sem agonia. Em outras palavras, como esposa e mãe, estaria sujeita à disciplina de Jeová. O amor da mulher e o governo masculino, ambos estão apresentados na viva descrição. Não podemos compreender inteiramente a natureza de tais juízos do Senhor.
17. E a Adão disse. Dificuldades físicas, labuta árdua, aborrecimentos frustrantes e luta violenta foram concedidas por quinhão ao homem, que foi definitivamente julgado pecador culpado. Antes disso a terra produzia facilmente e livremente para o homem, com grande abundância. Adão tinha, antes, apenas de "cultivar" o jardim (2:15) a fim de desfrutar de sua abundante produção. Mas agora Deus pronunciou uma maldição especial sobre o solo. Dali para frente produziria suas colheitas com relutância. O homem teria de trabalhar muito cultivando o solo a fira de que produzisse o necessário para a vida. E ele teria de lutar com espinhos e ervas daninhas que antes não se destacavam. Trabalho enfadonho, dificuldades e canseira seriam o seu quinhão diário. Para Adão, como também para Eva, o pecado cobrou pesado tributo.
20. Eva (hauuâ). A palavra hebraica relaciona-se com a vida, e o verbo ao qual está ligada fala da vida. Toda a vida originou-se da primeira mulher. Ela foi a mãe de todas as pessoas e, portanto, a mãe de cada clã e cada povo. De acordo com o propósito divino, a vida deve continuar, ainda que a sentença de morte tenha sido declarada – e ao pó tornarás (v. 19).
22-24a. O Senhor...o lançou (geirash) fora. Um ato necessário e misericordioso. O Senhor não permitiria que o homem rebelde tivesse acesso à árvore da vida. Com cuidado amoroso afastou Adão e Eva do fruto que os tomariam imortais, perpetuando assim, a terrível condição para a qual o pecado os levara. Do agradável jardim foram expulsos para o deserto inamistoso.
24b. Querubins . . . e o refulgir de uma espada. Rashi, o intérprete hebreu, declarou que esses instrumentos foram "anjos da destruição", com o propósito de destruir qualquer um que procurasse entrar. A palavra hebraica kerubim indica figuras divinamente formadas para servirem como mensageiros da divindade ou como guardiões especiais das coisas sagradas. Em um exemplo eles são mostrados sustentando o trono sobre o qual Deus está assentado. Em outro, foram usados para descrever a terrível inacessibilidade de Jeová. Em geral, sua função parece ser a de guardar a sagrada habitação de Deus contra a usurpação e a contaminação. A árvore da vida estava perfeitamente segura com os querubins a guardá-la no portão. E o homem pecador estava perfeitamente seguro do perigo que adviria se não tivesse o majestoso protetor.
24c. O refulgir de uma espada que se revolvia (mithhapeket). O caminho de volta ao Éden estava guardado não só pelos querubins mas também por uma espada refulgente que se revolvia. Isso servia de garantia de que o homem não tentaria se aproximar da árvore da vida. Embora o paraíso do homem lhe fosse fechado por causa do pecado, Jeová não se esqueceu de Suas criaturas. Ele já fizera provisões para a sua triunfante volta.                      
[00:08, 12/10/2016] +55 22 99942-3143: TENTAÇÃO

Atração para fazer o mal por esperança de obter prazer ou lucro. Pode vir do Tentador (Gn 3) ou de dentro do ser humano (Tg 1.14-15). Ninguém é tentado acima das suas forças (1Co 10.13). Jesus foi tentado e venceu (Mt 4.1-11), podendo, por isso, socorrer os que são tentados (Hb 2.18; 4.15). Devemos vigiar e orar para não cedermos à tentação (Mt 6.13; 26.41). E também é nosso dever socorrer os que caem (Gl 6.1).                      



Comentário Bíblico NVI- FFbruce

2) a) A q ued a do homem (3.1-24)
v. 1. a serpente: cobra (BLH ) seria uma
tradução melhor, pois trata-se da palavra hebraica
normal nãhãs. Embora o elo com Satanás
esteja implícito no v. 15 e explícito no
N T , não é explicado aqui. Ela é apresentada
como o mais esperto e inteligente (Leupold)
entre os animais selvagens — não há conotação
negativa na palavra. A tentação é retratada
como que vindo não de um ser superior,
mas de um ser inferior, sobre o qual a mulher
deveria ter exercido domínio. Como a m ulher
ouviu o réptil, não é explicado no texto.
160
D eve ter sido algo inerentem ente natural,
senão o choque a teria levado a se precaver.
Parece claro que a voz foi a expressão dos
seus pensamentos e desejos mais profundos.
O castigo da cobra (v. 14) não deve ser entendido
como se em alguma época ela tenha
tido pernas. Antes, o que antigamente tinha
parecido normal e belo seria agora um lembrete
perpétuo do que ela havia feito.
S e r á q u e D e u s r e a lm e n te é b o m ?
(v. 1-5). As primeiras palavras da cobra podem
ser traduzidas assim: “Deus certamente
não disse a vocês que não poderiam comer
de nenhuma árvore do jardim, certo?”. Ela falou
como se tivesse ouvido um boato terrível.
A resposta da mulher foi impecável, mas
o seu tom de voz deve ter traído a sua disposição
de duvidar da bondade perfeita de Deus.
O fato de ela mencionar o tocar nas árvores
deve provavelmente ser colocado sob a responsabilidade
do homem, pois ele pensou
que havia uma cilada no presente de Deus;
assim, era melhor que ele fosse cuidadoso.
Com a dúvida, veio a negação: não morrerão;
Deus quer evitar que vocês se tornem como
ele mesmo. A tradução “como deuses” (BJ,
VA, NEB) é possível, mas não tão adequada
como “como D eus” . A tentação era optar pela
independência. A atratividade da árvore (v. 6)
provavelm ente era só subjetiva. D eus não
fizera a tentação mais difícil de ser vencida.
O mau desejo sem pre irradia uma atratividade
falsa sobre o que não é certo.
N u d e z (v. 6,7). Não é sugerida motivação
alguma para a m ulher dar o fruto a seu
marido nem para a aceitação dele. A afirmação
categórica de Paulo em lT m 2.14 de que
Adão não foi enganado coloca a culpa maior
sobre ele e implica que ele agiu de olhos
abertos. Podem os deduzir disso que ele já
havia tido a intenção de comer o fruto, ou
que ele tinha a intenção de compartilhar do
destino da sua esposa em vez de confiar em
D eus, mas, se foi esse o caso, ele logo se
esqueceu disso (v. 12). Aqui o sentim ento de
nudez (v. 7) assume um significado simbólico
ainda mais profundo. Os dois buscavam a
independência, mas só se pode desfrutar dela
com pletam ente quando há subordinação a
um centro comum de autoridade, que no final
das contas é Deus. Ao se “libertarem” de
Deus, entraram em conflito um com o outro.
Quanto mais próximo o relacionamento, tanto
mais prejudicial é o pecado.
O s resu ltad o s do pecado (v. 8-24). O
medo da nudez na presença de D eus (v. 9)
dificilmente era uma questão física; eles sabiam
que o que haviam feito não podia ser
escondido dele. O maior problem a gerado
por essa história à medida que ela se desenrola
é por que não há sugestão de perdão por
parte de Deus, “Deus compassivo e misericordioso,
paciente, cheio de amor e de fidelidade
[...] e perdoa a maldade, a rebelião e o
pecado” (Ex 34.7). Por que não houve uma
segunda oportunidade? A resposta certam ente
está nas respostas do homem e da mulher;
não há o menor sinal de que eles quisessem
voltar à completa dependência do seu Criador.
Vemos isso nos castigos que atingem o
orgulho dos que estavam envolvidos no problema.
A oferta de Satanás sempre é glória e
poder (Mt 4.8,9) para os que o seguem, mas o
resultado no final é sempre vergonha, como
é simbolizado pela forma de se locomover e
o alimento da cobra. Não há sugestão alguma
de que o corpo da cobra foi modificado, e
sim que assumiu um novo significado (cf. o
arco-íris, 9.11-15).
O proto-evangelho (v. 15). A anunciação
germinal do evangelho. Conta-se por antecipação
aqui a história do longo conflito entre
os filhos de Deus e os filhos do maligno, que
é um dos temas principais do AT. Até o Nascimento
Virginal, não se conseguiu entender
todas as implicações dessa promessa (cf. Is
7.14). A tradução infeliz da Vulgata, “ela ferirá
a tua cabeça”, contribuiu muito para uma
valorização exagerada da Virgem Maria. Precisamos
observar aqui que, em contraste com
a representação medieval errônea da mulher,
atribuindo a culpa principal da Queda a ela
(isso já aparece em Eclesiástico 25.24) — uma
atitude que infelizmente foi perpetuada em
certa medida nas igrejas da Reforma — a promessa
de Deus vê a m ulher exercendo um
papel fundamental no conflito que estava por
vir. A glória principal do homem é a sua habilidade
de exercer dom ínio, assim ele é
humilhado pela rebeldia do solo. Apesar dos
avanços da ciência, o homem nunca foi capaz
de controlar a natureza, suas secas e pestes.
A glória da m ulher é que a vida nova
precisa vir por intermédio dela. Isso não está
ligado, a partir daí, somente com sofrimento,
mas também com um desejo profundo e irresistível
(a mesma palavra ocorre em 4.6)
“para o seu marido” (v. 16), algo que está por
trás de tantos casamentos destruídos. Além
disso, ela fica sabendo que o seu marido vai
tirar vantagem disso e dominá-la. Isso não é
uma ordem, como é traduzido em algumas
versões; a NVI está certa ao traduzir “e ele a
dom inará” .
Está am plam ente difundida na tradição
cristã a idéia de que o v. 21 se refere à instituição
divina do sacrifício animal (cf. comentário
de 4.3). Se este é o caso, então é difícil
explicar por que algo tão fundamental não é
ensinado de forma mais explícita.
A d ão e E v a são expulsos do p a ra íso
(v. 22-24). A expulsão de Adão e Eva do
paraíso é retratada como um ato de graça. A
vida interm inável, que em todas as épocas
da história humana tem sido o sonho de tantos,
seria um peso intolerável, se não tivesse
um alvo alcançável, pois isso depende da
com unhão viva entre o ser hum ano e seu
D eus (cf. Ec 1). O motivo da expulsão, que
obviam ente foi comunicado ao homem, tinha
o propósito de incutir nele a idéia de
que, embora a morte física tardasse por séculos,
ela seria inevitável. Na discussão de
2.16,17, argumentamos que a função das árvores
era “sacram ental”, caso em que com
er ocasionalm ente, em contraste com o
comer intencional, não teria maiores conseqüências.
A árvore da vida nunca é explicada,
nem aqui nem em Ap 22.2. Observe que
em contraste com a árvore do conhecimento
do bem e do mal, não havia proibição para
comer dela.
O s q u eru b in s (v. 24). No tabernáculo,
eles eram o trono de Deus (Ex 37.7ss). Além
disso, estavam bordados no véu que separava
o Santo dos Santos (Ex 36.35), simbolizando
a sua função de guardiões do trono de
D eus, e é nessa função que eles aparecem
em Ez 1.5ss; lO.lss; e Ap 4.6ss. A m elhor
forma de compreendê-los é considerá-los representantes
da criação. Eles são os guardiões
da árvore da vida, pois sabem que sem a
morte do Senhor da Vida não haveria salvação
para o mundo (Rm 8.18-23). Observe que
a espada flamejante (v. 24), não mencionada
em outra passagem, não era em punhada p elos
querubins.

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