quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Por que nos preocupar com a opinião dos outros a nosso respeito quando Deus é por nós e Jesus Cristo está à direita do trono intercedendo em favor dos nossos interesses (Rm 8.31-34). No entanto, nós nos preocupamos.


 Dallas Willard em  O Espírito das Disciplinas

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A Noite Escura da Alma

Richard J. Foster



"Que significa entrar na noite escura da alma? Pode ser um senso de aridez, de depressão, até mesmo o de sentir-se perdido. Ela nos despoja da dependência excessiva à vida emocional. A noção, tantas vezes ouvida hoje, de que tais experiências podem ser evitadas e que devíamos viver em paz e conforto, alegria e celebração só revela o fato de que muito da experiência contemporânea não passa de sentimentalismo superficial. A noite escura é um dos meios de Deus levar-nos à tranqüilidade, à calma, de modo que ele possa operar a transformação interior da alma.


Como se expressa essa noite escura na vida diária? Quando se busca seriamente a solitude, geralmente há um fluxo de êxito inicial e então um desânimo inevitável - e com ele um desejo de abandonar por completo a busca. Os sentimentos vão-se embora e fica o senso de que não alcançamos Deus. S. João da Cruz descreveu-o deste modo:

“... a escuridão da alma mencionada aqui... põe os apetites sensórios e espirituais a dormir, amortece-os e os priva da capacidade de encontrar prazer em qualquer coisa. Ata a imaginação e impede-a de fazer qualquer bom trabalho discursivo. Ela faz cessar a memória, faz o intelecto tornar-se obscuro e incapaz de entender qualquer coisa, e daí leva a vontade também a tornar-se árida e contrita, e todas as faculdades vazias e inúteis. E acima de tudo isso, paira uma densa e cansativa nuvem que aflige a alma e a conserva afastada de Deus.”

Em seu poema “Canciones del Alma”, S. João da Cruz usou duas vezes a frase:

“Estando minha casa agora totalmente calada.” Nessa expressiva linha ele indicava a importância de silenciar todos os sentidos físicos, emocionais, psicológicos, e mesmo espirituais. Toda distração do corpo, mente e espírito deve ser posta numa espécie de animação suspensa antes que possa ocorrer esta profunda obra de Deus na alma. O anestésico deve fazer efeito antes que se realize a cirurgia. Virá o silêncio, a paz, a tranqüilidade interiores. Durante esse tempo de escuridão, a leitura da Bíblia, os sermões, o debate intelectual - tudo falhará em comover ou emocionar.

Quando o amoroso Deus nos atrai para uma escura noite da alma, muitas vezes somos tentados a culpar todo o mundo e todas as coisas por nosso entorpecimento interior e procuramos livrar-nos dela. O pregador é maçante. O cântico de hinos é tão fraco. Talvez comecemos a andar por aí à procura de outra igreja ou de uma experiência que nos dê “arrepios espirituais”. Esse é um grave engano.

Reconheça a noite escura pelo que ela é. Seja agradecido porque Deus o está amorosamente desviando de toda distração, de modo que você possa vê-lo. Em vez de ridicularizar e brigar, acalme-se e espere.

Não estou aqui a falar de entorpecimento espiritual que vem como resultado de pecado ou desobediência. Falo da pessoa que busca a Deus com afã, e não abriga pecado conhecido em seu coração. “Quem há entre vós que tema ao Senhor, e ouça a voz do seu Servo que andou em trevas sem nenhuma luz, e ainda assim confiou em o nome do Senhor e se firmou sobre o seu Deus?” (Isaías 50:10)

O ponto da passagem bíblica é que é perfeitamente possível temer, obedecer, confiar e firmar-se no Senhor e ainda “andar em trevas sem nenhuma luz”. A pessoa vive em obediência mas entrou numa noite escura da alma.

S. João da Cruz disse que durante esta experiência há uma graciosa proteção contra vícios e um maravilhoso progresso nas coisas do reino de Deus.

Se uma pessoa na hora dessas trevas observar bem de perto, verá com clareza quão pouco os apetites e as faculdades se distraem com coisas inúteis e prejudiciais; e como ela está segura de evitar vanglória, orgulho e presunção, alegria vazia e falsa, e muitos outros males. Pelo andar em escuridão a alma não somente evita extraviar-se mas avança rapidamente, porque assim ela adquire virtudes.

Que deveríamos fazer durante essa época de aflição interior? Primeiro, não leve em consideração o conselho de amigos bem-intencionados de livrar-se da situação. Eles não entendem o que está acontecendo. Nossa época é tão ignorante destas coisas que não lhe recomendo conversar sobre esses assuntos. Acima de tudo, não tente explicar nem justificar por que você parece estar “aborrecido”.

Deus é seu justificador; entregue seu caso a ele. Se você pode, realmente, retirar-se para um “lugar deserto” durante algum tempo, faça-o. Se não, cumpra suas tarefas diárias. Mas, esteja no “deserto” ou em casa, mantenha no coração um profundo, interior e atencioso silêncio - e haja silêncio até que a obra da solitude se complete.

Talvez S. João da Cruz tenha estado a conduzir-nos a águas mais profundas do que cuidássemos ir. Por certo ele não está falando de um reino que muitos de nós vemos apenas “como em espelho, obscuramente”. Não obstante, não temos necessidade de censurar-nos por nossa timidez de escalar esses picos nevados da alma. Esses assuntos são mais bem tratados com cautela. Mas talvez ele tenha provocado dentro de nós uma atração por experiências mais elevadas, mais profundas, não importa quão leve o puxão. É como abrir levemente a porta de nossa vida a este reino. Isto é tudo o que Deus pede, e tudo de que ele necessita.

Para concluir nossa viagem na noite escura da alma, ponderemos estas palavras poderosas de nosso mentor espiritual:

“Oh, então, alma espiritual, quando vires teus apetites obscurecidos, tuas inclinações secas e contritas, tuas faculdades incapacitadas para qualquer exercício interior, não te aflijas; pensa nisto como uma graça, visto que Deus te está liberando de ti mesma e tirando de ti a tua própria atividade.

Conquanto tuas ações possam ter alcançado bom êxito, não trabalhaste tão completa, perfeita, e seguramente - devendo à impureza e inabilidade de tais ações - como fazes agora que Deus te toma pela mão e te guia na escuridão, como se fosses cega, ao longo de um caminho e para um lugar que não conheces. Nunca terias tido êxito em alcançar este lugar, não importa quão bons sejam teus olhos e teus pés.” "

Celebração da Disciplina
 Richard J. Foster
editora Vida

sábado, 1 de outubro de 2011

Viva!

já perdoei erros quase imperdoáveis
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquéciveis
já fiz coisas por impulso
já me decepcionei com pessoas
quando nunca pensei decepcionar
mas também já decepcionei alguém



já abracei para proteger
já ri quando não podia
já fiz amigos eternos
já amei e fui amada
mas também já fui rejeitada

já fui amada e não soube amar
já gritei e pulei de tanta felicidade!!!
já vivi de amor
e já fiz juras eternas
mas perdi muitas vezes



já chorei a ouvir musicas e a ver fotos
já liguei só para escutar uma voz
já me apaixonei por um sorriso :)
já pensei que fosse morrer de tanta saudade e...
tive medo de perder alguém especial
(acabei por perder) mas sobrevivi!e ainda vivo!



não passo pela vida...e tu também não deverias passar...vive!!!
bom mesmo é ir à luta com determinação abraçar a vida e viver com paixão
perder com classe e vencer com ousadia
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é muito para ser insignificante.

A.C.