terça-feira, 28 de maio de 2019

EFÉSIOS

A VERDADEIRA IGREJA
Efésios 1
“[Cristo], em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa” (Efl. 13).
A igreja de Cristo consiste de pessoas, e não de edifícios.
Contexto
Efeso. Quando Paulo escreveu esta carta, o porto da cidade velha de Efeso estava quase que totalmente cheio de lama, e o que era conhecido como o “lugar de desembarque” da Àsia, motivo de seu orgulho, estava, na verdade, vazio. No entanto, Efeso tinha uma reivindicação de fama. Era o local do magnífico templo de Artemis (Diana), cujo tamanho era
quatro vezes maior que o Partenon de Atenas, e detinha a veneração de “toda a Ásia e o mundo” (At 19.27). Turistas e adoradores afluíam a Efeso para visitar o esplêndido santuário, que também servia como um banco no qual cidades e reis depositavam fundos — e dos quais sacavam empréstimos. Donos de hospedarias, de restaurantes, e comerciantes, dependiam do comércio gerado pelo turismo que fazia da religião pagã um sucesso econômico em Efeso.
Assim, para os crentes que viviam nesta cidade fundamentada na religião institucional, Paulo escreveu uma carta transmitindo uma visão imensamente diferente. A igreja de Cristo é um corpo, e não um edifício. Ela é formada por seres humanos que vivem e respiram, e não de mármore. E a
contribui para a economia de uma cidade, mas no amor e pureza que brilham através da vida dos seus membros.
Ao lermos Efésios também somos chamados a captarmos a visão que Paulo tinha da igreja de Cristo. Ao lado desta visão, até mesmo as nossas maiores catedrais somem, e são reduzidas à insignificância, quando percebemos que o edifício que emociona o nosso Deus é a reconstrução da nossa vida para que levemos em nós a imagem do seu Filho.
Visáo Geral
Paulo saudou os santos (1.1,2) e então reviu o papel do Pai (w. 3-6), do Filho (w. 7-13a), e do Espírito Santo (w. 13b, 14) na salvação. Paulo louvou a Deus (w. 15,16), orou pelos efésios (w. 17-19), e exaltou a Jesus, o Cabeça da sua igreja (w. 20-23).
Entendendo o Texto
“Aos santos que estão em Efeso” (Ef 1.1,2). A palavra “santos” significa “santificados” ou “separados”. No Antigo Testamento, o Templo de Jerusalém e todos os utensílios usados no serviço a Deus eram sagrados, separados para o Senhor. Paulo habitualmente saudava os crentes como santos. Aqui há um significado ainda maior, pois Paulo estava prestes a mostrar a grande verdade de que, hoje, nós mesmos somos tanto o templo quanto os utensílios.
Deus não procura a beleza nos edifícios da igreja. Ele procura a beleza nos membros da igreja.
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor” (Ef 1.3-6). Os efésios relembraram a história e falaram de um meteorito que caiu dos céus, e que foi esculpido na forma da imagem do ídolo que ficava em seu templo. Paulo olhou para trás, além da história, para as próprias origens do universo. Ali ele viu Deus, o Pai, o Arquiteto da nossa salvação, criando planos para a igreja viva!
Como qualquer arquiteto faria, o Pai especificou quais materiais seriam empregados na sua construção: Ele “nos elegeu antes da fundação do mundo”. Deus também especificou como os materiais seriam empregados: Ele nos escolheu para que “fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele”, para sermos seus “filhos por adoção”. A beleza a ser mostrada nas nossas vidas, trabalhadas e polidas, refletirá por toda a eternidade “para louvor e glória da sua graça”. (Veja o DEVOCIONAL.)
As pessoas se maravilhavam com o grande templo que embelezava Efeso: em seu desenho, em seus pilares de mármore, em suas colunas gravadas em estilo dórico. Paulo quer que nos maravilhemos com a igreja que o próprio Deus Pai projetou,   cuidadosamente especificando os seus materiais e definindo exatamente como eles seriam formados para glorificá-lo.
Lembre-se sempre, você e eu fomos escolhidos por Deus para mostrar a sua graça e sabedoria. Devemos dedicar gradualmente a nossa vida para exibir a beleza da santidade.
“Em quem temos a redenção pelo seu sangue” (Ef
1.7-13a). Se Deus, o Pai, foi o Arquiteto da nossa salvação, Cristo foi o Construtor. Ele foi aquEle que entrou na história como um bebê, cresceu na empoeirada Palestina, ensinou em meio a multidões ruidosas, e sangrou na cruz do Calvário. Neste grande ato você e eu temos a “a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça”.
Com esta tremenda obra completada, Cristo tem hoje o direito de parar e olhar para o edifício que Ele erigiu. Tem o direito de esperar que sejamos para “louvor da sua glória”. Somos certamente um edifício caro, e Jesus tem o direito de esperar que sejamos belos.
“Tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa” (Ef 1.13b, 14). O Espírito Santo mudou-se para o edifício que o Pai planejou e que o Filho construiu.
Nos dias do Novo Testamento um “selo” era frequentemente colocado sobre mercadorias para serem embarcadas, ou sobre um produto acabado, como uma marca de propriedade. Aquilo que tinha o selo estava protegido, e seu futuro, garantido. O proprietário tomaria posse total no seu próprio tempo.
Você e eu, a igreja viva de Cristo, temos no Espírito Santo a marca de propriedade divina. O Espírito é a garantia segura do nosso futuro em Deus. E o Espírito em nós nos capacita a viver, hoje, para “louvor da sua glória”.
“O Deus de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 1.15-19a). Paulo louvou a Deus pelos efésios, pedras vivas na igreja edificada por Deus, e ofereceu uma oração muito especial.
Uma maneira de edificar a nossa própria vida de oração, e dirigir as nossas intercessões pelos outros, é moldar as nossas orações naquelas que encontramos nas Escrituras. Aqui vemos uma oração que Paulo ofereceu com a intenção de fortalecer a igreja de Cristo. O que Paulo pediu? Que pudéssemos conhecer melhor a Deus (v. 17). Que pudéssemos olhar além das aparências, para ver a igreja como Deus vê — um povo transformado para mostrar a sua glória, indescritivelmente precioso para Ele
v. 18). Que pudéssemos sentir e experimentar a operação da “sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos” (v. 19a). Eu suponho que seja certo orar pela adição de uma nova classe à Escola Dominical. Ou pela campanha para levantar fundos para continuar com os programas de rádio. Mas se quisermos que a nossa igreja seja verdadeiramente a igreja, as coisas pelas quais Paulo orou aqui são imensamente mais importantes.
“Acima de todo principado e poder" (Ef 1.19b- 23). Se medirmos a igreja pelos membros do corpo vistos aqui na terra, podemos ficar desanimados. Nós somos fracos. Somos indisciplinados. Temos os olhos espirituais desesperadamente estrábicos, e os nossos ouvidos espirituais, surdos.
Mas a igreja não deve ser medida pelos seus membros. Devemos medi-la pela Cabeça. Devemos ver Cristo exaltado acima de todo “principado, e poder, e potestade, e domínio”. Devemos reconhecê-lo como a nossa Cabeça viva, responder à sua direção. E, em seu nome, vencer.

DEVOCIONAL_______
Predestinação e Louvor (Ef 1.3-14)
Temas gêmeos, que contam a história da edificação do templo vivo de Deus, a igreja, são repetidos três vezes nestes 12 versículos.
O primeiro destes temas é a predestinação: a ideia de que Deus destinou com antecedência aqueles que iriam servir como pedras vivas em seu templo glorioso. Paulo disse que o Pai “nos elegeu nele antes da fundação do mundo” (v. 4). Que “em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos” (w. 4,5, ARA). E que “nele [Cristo] também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade” (v. 11). Alguns se ofendem com esta ênfase, e alguns a temem. Mas se olharmos para ela dentro da estrutura da imagem retórica de Paulo, na qual ele retratou a Deus, o grande Arquiteto, planejando a construção da igreja e especificando os materiais, não há nada de sinistro aqui. E não há nada que contradiga a mais ampla aplicação do evangelho. Como um pregador observou de forma sucinta, “Aquele que aceitar, é um eleito’; Aquele que não aceitar, não é um eleito’”.
O que geralmente está perdido no debate sobre a predestinação é o outro tema que está reafirmado três vezes aqui. Deus, o Pai, planejou a nossa adoção como filhos “para louvor e glória da sua graça” (v. 6). Ele nos atraiu a Cristo “a fim de sermos para louvor da sua glória” (v. 12, ARA). E o seu Espírito nos marca como a própria possessão de Deus -— “para louvor da sua glória” (v. 14).
Você e eu não podemos resolver o grande debate sobre a predestinação. Nós provavelmente nem deveríamos tentar fazer isso. Mas como pedras vivas em um edifício no qual Deus pretende refletir a sua beleza, podemos fazer tudo o que for possível para vivermos “para louvor da sua glória”.
Estou satisfeito em deixar que Deus resolva o paradoxo da predestinação e do livre-arbítrio. A única coisa em que estou interessado é: Deus está satisfeito comigo?
Aplicação Pessoal
Glorificar a Deus é algo que vence, em qualquer tempo, o debate da predestinação!
Citação Importante
“A igreja de Cristo não é uma instituição; é uma nova vida com Cristo e em Cristo, guiada pelo Espírito Santo.” — Sergius Bulgakov



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