segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Igreja profética e justa - Pr. Maurício Cunha


Para Maurício a justiça social é uma visão bíblica. Sua palavra, baseada no texto de Lucas 24.17-19, pretendeu focar no papel da igreja de transformação social enquanto local.
Nesta passagem o discípulo define o ministério de Jesus. E a igreja? Como deve ser reconhecida? Ela tem sido profética?
Nos nossos dias muito se tem falado sobre profecias. Mas qual a natureza do profético? Segundo Maurício, é o anúncio e o fazer cumprir a vontade de Deus. É confrontar o que realmente é justo e estar ciente da realidade social.
A igreja deve ser, assim como Cristo, poderosa em palavras e obras. Infelizmente, o que temos visto são igrejas que só dão valor à primeira; gosta muito de púlpito e oratória. Porém não devemos nos restringir apenas à proclamação, e sim fazer cumprir os desígnios de Deus. Toda a ação social cristã deve ser profética.
Além disso, o preletor lembrou que uma igreja relevante é reconhecida pela sociedade e não apenas internamente: “Se sua igreja sumisse do nada o que a comunidade iria pensar? Sentiria falta? Ficaria aliviada?”.
Visão bíblica
TSEDAKAH: Justiça nas situações injustas
A justiça é tema central nas Escrituras. Um mendigo em Israel não se fazia de coitado; pelo contrário, pedia por justiça. E Deus nos ensina a viver assim (Dt 15.4,7,11). Então o que seria a justiça de Deus?
A ajuda aos desfavorecidos não é vista como ato de bondade e sim como uma obrigação ética. Mas biblicamente não era assim. O não cumprimento dessa “obrigação” é considerada pela Bíblia como extremamente grave (Ez 16.49).
A fé cristã exige compromisso com o outro e com a ação. A justiça não tem a ver com sentimentalismo e sim com atitude. “Deus elabora, executa e avalia projetos. Ele é prático. Às vezes queremos ser mais espirituais que Deus.”
Alguns exemplos da justiça de Deus na Bíblia:
- O ano sabático (Dt 15)
- O ano de pousio da terra (Ex 23.10-11)
- Preocupação com as condições de vida do trabalhador (Dt 24.14-15)
- Disposições orientadas para proteger o consumidor. Medidas certas e preço justo (Dt 25.13-16)
- Apoio aos pobres (Lv 25.35)
Educação do coração para a solidariedade.
Oliveiras, bagos de vinha e espigas (Lv 19.9-10, Dt 24.19-21)
Vida plena para aquele que pratica a justiça.
As esmolas de Cornélio (At 10. 1-4)
A melhor tradução para “as esmolas de Cornélio” é por justiça.
A igreja precisa ser “educada”. Uma relação de mutualidade e de aprendizado deve fazer parte da vida da igreja. Precisamos fazer para os outros como se estivéssemos fazendo para Jesus e clamar por uma igreja relevante e que pratica a justiça.
A igreja irrelevante defende apenas os seus próprios interesses. A relevante está atenta; contextualiza e busca a excelência. Como ela é um celeiro de recursos e talentos, devemos orientar os vocacionados para a transformação social.
Contudo a igreja não pode fazer isso sozinha. Ela precisa da ajuda de pastorais, ministérios, que, por sua vez, devem se juntar em redes.
A fé cristã não cabe dentro de quatro paredes.
Ap 19.8- Os atos dos santos de justiça dos santos. Vestes de linho finíssimo resplandecente e puro.


Maurício Cunha, diretor nacional da Visão Mundial, dirigiu segunda plenária do IV Encontro RENAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário