terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Comentário de Gn 1

A Criação do Universo (Gn 1.1-2.3) 

O Novo Comentário da Bíblia -  F. Davidson

Como considerar a descrição em causa? Ciência, fábula ou revelação? Se, por ciência, entendermos a disposição sistemática dum ramo do saber, diremos, então, que a descrição nada tem de "científico". E ainda bem, pois se fosse utilizada a linguagem científica do século XX, como a entenderiam os leitores dos séculos precedentes? E mesmo os atuais necessitariam duma adequada preparação científica. Nesse caso ainda, não seria de prever que passados cem ou duzentos anos fosse já considerada antiquada aquela linguagem? A narração do Gênesis não foi, portanto, redigida em moldes científicos, talvez para melhor mostrar a sua inspiração divina. Poderíamos, no entretanto, fazer a seguinte interrogação: -Não sendo científica quanto à forma, será a descrição do Gênesis científica quanto à substância, ou quanto ao conteúdo? Serão de admitir erros ou pelo menos inexatidões na narração bíblica. Graves conflitos têm surgido entre prematuras conclusões da ciência e supostas deduções científicas da Escritura. Mas estudos ulteriores têm vindo provar que, por um lado, não eram válidas as conclusões científicas, ou, então, por outro, eram mal interpretadas no texto as afirmações científicas.

Quanto a supor-se uma fábula a narração do Gênesis, quer no sentido popular, quer no sentido clássico, não é fácil de admitir-se. Pois no primeiro caso tratar-se-ia duma obra puramente imaginária, e no segundo duma exposição simbólica dum fato com certas verdades abstratas, que de outro modo seriam incompreensíveis. Trata-se, sim, duma narração dos acontecimentos que não seriam compreendidos, se fossem descritos com a precisão formal da ciência. É neste estilo simples mas expressivo que a divina sabedoria se manifestou claramente aos homens, indo assim ao encontro das necessidades de todos os tempos. Os fatos apresentam-se numa linguagem abundante e rica, que é possível incluir todos os resultados das pesquisas científicas.

O primeiro capítulo do Gênesis não há dúvida que supõe a revelação divina. Pelas muitas versões, algumas delas correntes já entre os pagãos da antigüidade, é fácil concluir-se que esta revelação é anterior a Moisés. Não deve, no entanto, considerar-se como uma nova versão das tradições politeístas dos fenícios ou dos babilônicos; porque acima de tudo a obra criadora de Deus só por Deus poderia ser revelada. E essa revelação não deixou de ser preservada de qualquer contaminação pagã ou corrupção supersticiosa, encontrando-se perfeita e inviolável nos cinco livros de Moisés.

Sob o aspecto científico nada se sabe acerca da origem das coisas. Mas o certo é que a Geologia, através do estudo dos fósseis, vem confirmar, cada vez mais, as diferentes fases da criação que #Gn 1 nos descreve pormenorizadamente. Baseados em motivos meramente teóricos, vários comentadores supõem que a criação original de Deus foi destruída por uma terrível catástrofe. Assim o verso 1 descreve o ato inicial de Deus, que deu a existência ao universo; o verso 2 o estado desse universo arruinado "sem forma e vazio", se bem que não se faça qualquer alusão à catástrofe provocadora dessa ruína; os restantes versos fazem uma análise da obra de Deus na reconstituição desse universo. Trata-se duma teoria, ainda hoje muito seguida, para resolver certos problemas que, no fim de contas, continuam insolúveis, e é contestada por fortes argumentos lingüísticos. A chamada teoria da "lacuna" não assenta em bases firmes e é desmentida pela própria Geologia.

São duas as palavras com que a Escritura designa a ação criadora de Deus: bara’ (criar) e ’ asah (fazer). A primeira é, sem dúvida, a mais importante, e aparece sobretudo nos versículos 1,21,27, ou seja, quando se pretende frisar o início de todos os seres em geral, dos seres animados e dos seres espirituais, respectivamente. O certo é que não há possibilidade de exprimir, por palavras humanas, essa obra maravilhosa de Deus, que transcende toda a ciência, por muito profunda e completa que seja. O significado exato de bara’ não é fácil de determinar. Numa das suas formas significava originariamente "cortar, separar" e passou a ser utilizada apenas para indicar a ação divina de trazer à existência algo inteiramente novo. No vers. 1 a idéia de criação exclui materiais já existentes, podendo então dizer-se que as coisas foram produzidas "do nada". Mas nos vers. 21 e 27 nada obsta a que se tenham utilizado materiais preexistentes. O principal é sublinhar o significado de bara’ que apenas supõe a produção dum ser, completamente novo, que antes não existia.

E que dizer dos "dias" em que se operou a criação? Há quem suponha tratar-se de dias de 24 horas, uma vez que se mencionam tardes e manhãs, ou então admitir-se apenas uma visão dramática, já que a história se apresentou a Moisés numa série de revelações, que duraram seis dias. Sugestões interessante e curiosas, sem dúvida, mas que não passam de conjeturas, o mesmo sucedendo à teoria moderna, segundo a qual o "dia" representaria uma idade geológica. Para isso supunha-se que o sol, supremo regulador do tempo planetário, não existia durante os primeiros três dias; de resto, a palavra "dia" em #Gn 2.4 estende-se aos seis dias da criação; por outro lado, em diferentes textos da Escritura o mesmo vocábulo refere-se a períodos de tempo ilimitado, como no #Sl 90.4. A principal dificuldade que se levanta contra esta última interpretação é a alusão a "tarde" e a "manhã", mas pode admitir-se que a obra da criação figuradamente seja caracterizada por épocas bem definidas.

É espiritual e religioso o objetivo da narração de #Gn 1. A formação dos seres vem manifestar as relações entre Deus e as criaturas de sorte que só a fé as compreenderá devidamente: "Pela fé entendemos que os mundos pela Palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente" (#Hb 11.3). Só o crente, portanto, compreenderá o alcance da narração; mas não admira que por vezes surjam hesitações, perante as dificuldades de interpretação.

Mas a narrativa tem ainda um segundo objetivo: o de pôr o homem em contato com toda a criação, ou melhor, o de colocá-lo em posição de primazia perante todos os seres criados. Por isso vemos Deus a agir gradualmente na Sua obra criadora, que atinge, com a formação do homem, o ponto culminante dessa obra-prima de Deus.

Deus (1). ’ elohim. Muitas derivações têm sido sugeridas para esta palavra. Sua significação parece ser "aquele que deve ser reverenciado por excelência". O termo plural, ’ elohim,  é um plural de intensidade, algumas vezes chamado de plural de "majestade".

>Gn-1.2

Sem forma e vazia (2). A expressão hebraica (tohu wabhohu) contém algo de onomatopéico que parece significar: desolação e vacuidade. Em #Is 45.18, onde aparece o termo bohu não contradiz aquele significado e dá a entender que Deus não abandonou a terra que criou: "Não a criou vazia, mas formou-a para que fosse habitada". O caos era um meio, não um fim. Disse Deus (3). "Pela palavra do Senhor foram feitos os céus" (#Sl 33.6). Cfr. #Jo 1.1-3. Luz (3). O caráter primário da luz, mesmo antes do sol, é um dos postulados da ciência moderna. A tarde e a manhã (5). Atendendo à linguagem poética do texto, "manhã" não deve significar, aqui, a segunda metade do dia. O dia começava de manhã; seguia-se a tarde, e depois a manhã que seguia a tarde era o começo do segundo dia, que por isso terminava o primeiro. Expansão (6). É a formação da atmosfera. Produza (11). Embora se trate da criação intermédia, não se exclui a intervenção divina. Segundo a sua espécie (11). Comparando este vers. com os 12,21,24-25, fácil é interpretá-lo como se dissesse: "em todas as suas variedades", duma variedade dentro de certos grupos gerais. Para sinais (14). Tomem-se aqui estes sinais no sentido astronômico e não astrológico, pois os corpos celestes determinam as estações e dividem o tempo.

>Gn-1.26


Façamos o homem (26). A criação do homem é, como vimos, o apogeu da obra criadora de Deus. É a Trindade quem delibera, sem qualquer intervenção ou consulta feita aos anjos. À nossa imagem, conforme à nossa semelhança (26). São sinônimos os substantivos, e compreendem-se à face do paralelismo da poesia hebraica. Trata-se duma semelhança natural e moral. E domine (26). É dessa semelhança com Deus que deriva todo o domínio do homem sobre as criaturas. Macho e fêmea os criou (27). Uma descrição mais pormenorizada vai encontrar-se no capítulo seguinte. Enchei (28). Heb. male, que, como no vers. 22, significa apenas "encher", mas não no sentido do encher um mundo que antes estivera vazio. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou (#Gn 2.3). Em presença deste texto somos levados a concluir que a instituição do sábado é anterior a Moisés, talvez motivo duma revelação especial. 

O Novo Comentário da Bíblia -  F. Davidson


O princípio da terra como habitação humana

Manual bíblico Unger / Merrill Frederick Unger

Deus. Na primeira frase da revelação
ocorre a declaração da existência de Deus,
cuja natureza eterna é assumida e asseverada,
sem nenhum tipo de argumentação
ou definição. Aqui ele é apresentado
como a Causa Primeira infinita, o Originador
e Criador de todas as coisas.
"No princípio". Estudiosos evangélicos
têm assumido várias posições com respeito
ao significado do relato da Criação em
Gn 1.1-2.3. As palavras de abertura de
Gênesis são em geral entendidas como
referência à criação original do universo.
Alguns estudiosos preferem, porém, ver
um princípio relativo, permitindo que eventos
como a queda de Satanás (cf. Ez 28.1314;
Is 14.12) e as eras geológicas da terra
precedam 1.1 ou 1.2 (a Teoria do Lapso).
A questão de um princípio relativo (recriação)
gira principalmente em torno de
três considerações: 1. A expressão "no princípio"
é absoluta ou relativa? 2. A palavra
"criar" (hebr. bara') pode significar "moldar"
ou "recriar"? 3. Qual a relação gramatical
e cronológica entre Gn 1.1 e 1.2 (i.e.,
é possível incluir um lapso)?
A maioria dos estudiosos do hebraico
consideram a frase, "no princípio", absoluta.
Deve-se, porém, notar que, de qualquer
forma, a frase, "no princípio", de [o 1.1 é
anterior ao "no princípio" de Gn 1.1.
O termo hebraico bara' possui o significado
básico de "criar", distinto da palavra
yasar (moldar, formar). Na maioria das vezes
em que é empregado no AT, bara' significa
"criar algo novo" ou "dar existência"
(cf. ls 41.20; 43.1; Ez 21.30; 28.13, 15).
Por conseguinte, a maioria dos exegetas
alega que bara' serve como testemunho da
Criação ex nihilo (a partir do nada) de Deus.
A frase, " a terra era sem forma e fazia"
tem sido interpretada, "e a terra tornou-
se...", para retratar a visitação caótica
do julgamento divino sobre a terra original.
O texto hebraico não sustenta um lapso
em 1.2, que mostra que as três frases
são circunstanciais ou à oração principal
de 1.1 ou à de 1.3. Se há um lapso, deve ser
anterior a 1.1, não posterior. Gn 1.1-2 par~ce
formar uma unidade e serve como S1l1mário
introdutório da atividade criadora
que se segue. Embora a teoria do lapso
pareça carecer de fundamento, tem seus
méritos como explicação potencial para a
queda de Satanás e para as descobertas
da ciência moderna que insinuam longas
eras geológicas na pré-história da terra.
A criação e os seis dias de Gênesis 1. Os
seis dias da Criação em Gn 1 podem representar
(1) dias literais de 24 horas de
criação, (2) dias literais de 24 horas de revelação
da Criação, (3) eras geológicas extensas
ou épocas preparatórias para ocupação
posterior do homem, ou (4) um
esboço revelador para resumir a atividade
criadora de Deus, afirmando que "porque
nele foram criadas todas as coisas nos
céus e na terra..." (Cl 1.16).
3-5. Primeiro dia - luz. O relato dos primeiros
atos criadores de Deus contém algumas
afirmações importantes. (1) Deus
criou com sua palavra ("disse Deus"). O restante
das Escrituras ecoam o poder da palavra
criadora de Deus, culminando na Palavra
encarnada (Jo.1.1), que cumpre a
palavra de redenção de Deus. (2) A criação
da luz antes do sol, da lua e das estrelas (os
agentes de luz) lembra-nos que a luz procede
de Deus e apenas secundariamente
de suas "lâmpadas" criadas. (3) A luz também
prefigura a "luz de Deus" que veio ao
mundo na pessoa de Cristo (Mt 4.16; Jo 1.39).
(4) O estado de Gn 1.3 será renovado na
Nova Jerusalém: "A cidade não necessita
nem do sol, nem da lua, para que nela
brilhem,pois a glória de Deus a ilumina, e o
Cordeiro é a sua lâmpada " (Ap 21.23).
6-8. Segundo dia - firmamento. O segundo
dia resultou na separação entre a
mistura de águas atmosféricas e as águas
terrestres. A separação das águas bem
pode ter resultado em vasta quantidade
de águas subterrâneas e atmosféricas
(vapor), que perdurou até o cataclismo do
dilúvio.
9-13. Terceiro dia - terra, mar, plantas.
Após a separação das águas atmosféricas
no segundo dia, as águas terrestres foram.
separadas da terra para constituir a terra e
formar os mares, possibilitando profusão
de plantas e crescimento de árvores.
14-19. Quarto dia - sol, lua e estrelas.
Agora, Deus completa o universo formado
no primeiro dia. Esses corpos celestes (junto
com as grandes galáxias do espaço) recebem
agora a responsabilidade de fornecer
luz e calor à terra. Quanto à ordem da
Criação que coloca a luz antes do sol e das
estrelas, veja "Primeiro dia".
20-23. Quinto dia - criação de animais
aquáticos e aves. Assim como Deus criou o
universo no primeiro dia e o preencheu
com corpos celestes no quarto, ele encheu
as águas e a atmosfera (criadas no segundo
dia) no quinto, formando peixes e aves.
24.31.Sexto dia - criação de animais terrestres
e do homem. O homem foi criado
(não evoluído) e surge como coroa e alvo
de toda a atividade criadora no que diz
respeito à terra como habitação especial
do homem. A expressão "Façamos" (1.26)
insinua o conselho e a atividade do Deus
trino (cf. [o 1.3; Cl1.16), bem como o plano
e o propósito redentor divino preconcebido
para o homem sobre a terra (Ef 1.4-6).
O homem recebeu domínio sobre a terra.

Comentario Da Biblia Alicação essoal


1.1 A simples afirmação de que Deus criou os céus e a terra é um dos conceitos mais desafiantes que enfrenta a mente moderna. A grandiosa galáxia em que vivemos excursão a incrível velocidade de 784.000 km por hora. Mas inclusive a esta velocidade vertiginosa, nossa galáxia igualmente necessita 200 milhões de anos para fazer uma rotação. E existem mais de 1000 milhões de galáxias como a nossa.
Alguns cientistas dizem que o número de estrelas que há na criação é igual a todos os grãos de todas as areias de todas as praias do mundo. Mesmo assim este complexo mar de estrelas giratórias funciona com uma ordem e uma eficiência surpreendentes. Dizer que o universo "só apareceu" ou "evoluiu" requer muita mais fé que acreditar que Deus está detrás de todas estas estatísticas assombrosas. Certamente Deus criou um universo maravilhoso.
Deus não precisava criar o universo; O decidiu criá-lo. por que? Deus é amor e o amor se expressa melhor para algo ou para alguém, assim Deus criou ao mundo e às pessoas como uma expressão de seu amor. Devemos evitar reduzir a criação de Deus a termos meramente científicos. Recorde que Deus criou o universo porque ama a cada um de nós.

1.1ss A história da criação nos ensina muito a respeito de Deus e de nós mesmos. Primeiro, aprendemos a respeito de Deus: (1) O é criativo; (2) como Criador é diferente a sua criação; (3) O é eterno e controla ao mundo. Também aprendemos de nós mesmos: (1) já que Deus decidiu nos criar, somos valiosos ante seus olhos; (2) somos mais importantes que os animais. (Veja-se 1.28 para maior informação sobre nosso rol na ordem criada.)

1.1ss Exatamente como criou Deus ao mundo? Este segue sendo um assunto de grande debate. Alguns dizem que houve uma repentina explosão e o universo apareceu. Outros dizem que Deus iniciou o processo e que o universo evoluiu ao longo de milhares de milhões de anos. Quase qualquer religião antiga conta com sua própria história para explicar como chegou a ser o mundo. E quase todos os cientistas têm uma opinião sobre a origem do universo. Mas só a Bíblia mostra um Deus supremo que criou a terra por seu grande amor e que deu a toda a gente um lugar especial nele. Nunca saberemos todas as respostas de como Deus criou ao mundo. Mas a Bíblia nos diz que Deus sim o criou. Este fato por si só dá às pessoas valor e dignidade.

1.2 A afirmação de que "a terra estava desordenada e vazia", proporciona o entorno para a narração da criação que aparece a seguir. Durante o segundo e terceiro dias da criação, Deus deu forma ao universo; durante os três dias seguintes, Deus encheu a terra com seres viventes. "As trevas[...] sobre a face do abismo", dissiparam-se o primeiro dia quando Deus criou a luz.

1.2 A imagem do Espírito de Deus que se movia sobre a face das águas é similar a um pássaro que protege a seus pintinhos (vejam-se Deu 32:11-12; Isa 31:5). O Espírito de Deus estava ativamente envolto na criação do mundo (vejam-se Jó 33:4; Psa 104:30). Seu cuidado e amparo seguem estando ativos.

1.3-2.7 Quanto tempo tomou a Deus criar o mundo? Há dois pontos de vista em relação aos dias da criação: (1) cada dia foi um período literal de vinte e quatro horas; (2) cada dia representa um período indefinido (até milhões de anos).
A Bíblia não esclarece qual teoria é a correta. Mas a pergunta real não é quanto tempo tomou a Deus, a não ser como o fez. Deus criou ao mundo de uma maneira ordenada (não criou as novelo antes que a luz); e criou ao homem e à mulher como seres singulares capazes de comunicar-se com O. Nenhuma outra parte da criação pode reclamar esse maravilhoso privilégio. O ponto importante não é quanto tempo tomou a Deus criar o mundo, já sejam uns poucos dias ou uns poucos milhares de milhões de anos, mas sim o criou tal qual quis fazê-lo.

1.6 A "expansão em meio das águas" era uma separação entre o mar e o bafo do céu.

1.25 Deus viu que sua obra era boa. Em ocasiões, a gente se sente culpado por passar um momento agradável ou por sentir-se bem por um lucro. Isto não deve ser assim. Assim como Deus estava agradado com sua obra, podemos estar agradados com as nossas. Entretanto, não podemos estar agradados com nossa obra se Deus não o estiver também. O que está fazendo você que faça feliz tanto a Deus como a você mesmo?

1.26 por que Deus empregou a forma plural quando disse "Façamos ao homem a nossa imagem"? Uma perspectiva diz que está fazendo referência à Trindade -Deus, o Pai; Jesucristo, seu Filho; e o Espírito Santo- todos os quais são Deus. Outra perspectiva afirma que o plural se utiliza para denotar majestuosidad. Tradicionalmente os reis utilizam a forma plural ao falar deles mesmos. Desde Jó 33:4 e Psa 104:30 sabemos que o Espírito de Deus estava presente na criação. Desde Col 1:16 sabemos que Cristo, o Filho de Deus, estava trabalhando na criação.

1.26 Como é que somos feitos a semelhança de Deus? Obviamente, Deus não nos criou exatamente como O, porque Deus não tem corpo físico. Em troca, somos reflexo da glória de Deus. Alguns pensam que nosso raciocínio, criatividade, poder de comunicação ou auto-determinação é a imagem de Deus. Mas bem, é todo nosso ser o que reflete a imagem de Deus. Nunca chegaremos a ser totalmente iguais a Deus, porque O é nosso Criador supremo. Mas sim temos a capacidade de refletir seu caráter em nosso amor, paciência, perdão, bondade e fidelidade.
O saber que fomos criados a semelhança de Deus e portanto possuímos muitas de suas características, proporciona-nos uma base sólida para nossa auto-estima. Nosso valor não se apóia em posses, lucros, atrativo físico ou reconhecimento público. Em troca se fundamenta no fato de ter sido criados a semelhança de Deus. devido a que somos semelhantes a Deus podemos ter sentimentos positivos a respeito de nós mesmos. O nos criticar ou nos degradar equivale a criticar o que Deus tem feito. Saber que você é uma pessoa que tem valor lhe dá a liberdade de amar a Deus, de conhecê-lo pessoalmente e de fazer uma contribuição valiosa a aqueles que o rodeiam.

1.27 Deus fez tanto ao homem como à mulher a sua imagem. Nenhum dos dois foi feito mais à imagem de Deus que o outro. Desde o começo vemos que a Bíblia coloca tanto a um como ao outro no pináculo da criação de Deus. Nenhum dos sexos é exaltado nem desprezado.

1.28 Senhorear significa exercer absoluta autoridade e controle sobre algo. Deus é quem em última instância governa a terra e exerce sua autoridade com cuidado amoroso. Quando Deus delegou parte de sua autoridade à espécie humana, esperava que nos fizéssemos responsáveis pelo meio e das outras criaturas que compartilham nosso planeta. Não devemos ser descuidados nem esbanjadores ao levar a cabo a tarefa encomendada. Deus foi cuidadoso ao criar a terra. Não devemos ser negligentes ao atender dela.

1.31 Deus observou que o que tinha feito era muito bom. Você é parte da criação de Deus e O está agradado pela maneira em que o criou. Se em ocasiões sente que carece de valor ou que vale pouco, recorde que Deus o criou por uma boa razão. Você é valioso para ele.


DIAS DA CREACION
Primeiro dia: Luz (assim houve luz e escuridão)
Segundo dia: Céu e água (separaram-se as águas)
Terceiro dia: Mar e terra (juntaram-se as águas); vegetação
Quarto dia: Sol, lua e estrelas (para reger sobre o dia e a noite, para dar origem às estações, assinalar os dias e os anos)
Quinto dia: Peixes e aves (para encher as águas e o céu)
Sexto dia: Animais (para encher a terra). Homem e mulher (para cuidar a terra e ter comunhão com Deus)
Sétimo dia: Deus descansou e declarou que tudo o que tinha feito era muito bom


PRINCÍPIOS
A Bíblia não aborda o tema da evolução. Mas bem seu cosmovisión dá por sentado que Deus o criou. O ponto de vista bíblico da criação não está em conflito com a ciência, mas sim está em conflito com qualquer cosmovisión que principie sem um criador.
Igualmente os cristãos comprometidos e sinceros tiveram que lutar com este tema da origem das coisas e chegaram a conclusões diversas. É obvio, isto é de esperar-se já que a evidência é muito antiga e, devido aos estragos das gerações, muito fragmentada. Os estudiosos da Bíblia e da ciência devem evitar polarizações e pensamentos extremistas. Os primeiros devem tomar cuidado de não fazer que a Bíblia diga coisas que não diz, assim como os segundos não devem forçar à ciência a dizer coisas que tampouco diz.
O aspecto mais importante desta discussão contínua não é o processo da criação, a não ser a origem da criação. O mundo não é um produto da casualidade nem da probabilidade; Deus o criou.
A Bíblia não só nos diz que Deus criou o mundo; mais importante ainda, diz-nos quem é esse Deus. Revela-nos a personalidade de Deus, seu caráter e seu plano para a criação. Além disso nos revela o desejo mais profundo de Deus: relacionar-se e ter comunhão com a gente por meio de sua visita histórica a este planeta na pessoa de Seu Filho Jesucristo. Podemos conhecer de uma forma muito pessoal a este Deus que criou o universo.
Os céus e a terra estão aqui. Nós estamos aqui. Deus criou tudo o que vemos e experimentamos. O livro de Gênese começa, "No princípio criou Deus os céus e a terra".
Aqui começamos a mais emocionante e plena de todas as aventuras.



Moddoy

A. A Criação. 1:1 - 2:25.
Gênesis 1
Deus é o Criador de todas as coisas. Desde o começo no Livro de Gênesis, a poderosa luz da revelação focaliza o Todo-Poderoso. Ele é o Princípio, a Causa, a Fonte de tudo o que existe. Ele criou todas as coisas e as pessoas que tinham de se encaixar em Seu plano para os séculos. Todo o material necessário para Sua obra posterior, Ele o criou milagrosamente.
1. No principio (ber'shith). O autor leva o leitor para além do limite do tempo, para a eternidade insondável, embora lhe faltem palavras quando procura dar uma idéia do estado de coisas antes do limite do tempo. Ele não dá uma indicação de data tangível para este princípio. Sua narrativa retrocede no tempo que precede o calendário dos acontecimentos.
Criou Deus. A sublime certeza da revelação baseia se nesta grandiosa afirmativa. Deus o fez. Nada mais pasmoso poderia ser declarado. Elohim é a palavra mais usada para "Deus" no hebraico, aramaico e árabe. Na realidade é plural em sua forma, mas é usada com o verbo no singular. Talvez o plural seja melhor explicado se disséssemos que indica "plenitude de poder" ou dignidade excepcional e grandeza ilimitada. Neste Um estão reunidos todos os poderes da eternidade e da infinidade.
Criou. (bara) é um verbo usado exclusivamente para com Deus. O homem não poderia atingir as alturas do poder inerente a esta palavra, por ela descreve o milagre completo. Pelo poder soberano e criativo de Deus algo absolutamente novo foi dado à luz. Os céus e a terra. Aqui o autor focaliza o interesse sobre todos os setores do mundo acima, à volta e abaixo. Nesta frase ele inclui o universo completo como era conhecido (ou poderia vir a ser conhecido) pelos hebreus, e todo o material primário necessário para fazer os sóis, os planetas, as estrelas, as nebulosas, as galáxias, as moléculas, os átomos, os elétrons e todas as coisas e seres específicos sobre a terra.
Os homens da ciência revelam que nossa galáxia contém mais do que 100 bilhões de estrelas, e que o nosso sol fica a 240 trilhões de quilômetros do centro de nossa galáxia. Nossa galáxia é apenas uma das que compõem um pequeno agrupamento de 19 galáxias, ficando a mais próxima a 30 milhões de anos-luz (240 milhões de trilhões de quilômetros). Nossos cientistas pesquisadores, por mão de poderosos telescópios, certificaram-se razoavelmente de que existem mais de um bilhão de galáxias. Eles calculam o número das estrelas destas galáxias em aproximadamente 100 quintilhões. O poder das velas de uma dessas galáxias é igual ao de 400 milhões de sóis. Quando um homem volta os olhos para esta imensa criação e compara o que vê com a narrativa inspirada do escritor sobre a sua origem, seu coração tem de se encher de espanto. Ele conhece a mão de Deus na beleza e ordem do sistema solar e no poder do átomo. Quer olhe para o sol (positivamente carregado) atraindo os planetas (negativamente carregados) ou examine o núcleo (positivamente carregado) no coração do átomo, atraindo cada elétron (negativamente carregado) no seu equilíbrio, sente a sabedoria, o poder e a grandeza de Deus. À luz de tudo isso, um homem reverente inclina-se diante do seu Criador em espanto e genuína dedicação, e explode em adoração, culto, ação de graças e incontido louvor. A sublime criação do Senhor é este ser, grandemente amado, que Ele escolheu para criar à Sua própria imagem,
2. A terra, porém, era sem forma e vazia. (tôhú wâbôhû). O inspirado autor rapidamente volta sua atenção para a terra, pois sua história se relaciona com os planos e provisões divinas para a vida humana neste planeta. Ele descreve a terra em seu estado incompleto. Havia plenitude de material à disposição para cada obra que Deus planejou criar, embora em estado caótico – ermo, vazio, escuro. Seis dias cheios de criatividade fariam mudanças fenomenais. O propósito de Deus não poderia ser satisfeito até que Seu toque milagroso fizesse algo com este caos. Até mesmo as trevas (freqüentemente associadas, nas Escrituras, com o mal) seriam subjugadas a Sua vontade.
O Espírito de Deus pairava (rúâh. . . merahepet). As palavras descrevem a presença de Deus, transmissora de energia, envolvendo e acariciando o caos e a terra incompleta enquanto se preparava para completar a Sua criação. Como uma devotada ave à volta do seu ninho, Ele se movia prodigalizando o Seu amor ao mundo recém-criado.
3. Disse Deus: Haja luz. O autor apresenta a primeira palavra criativa de Deus. Com facilidade incrível e ação deliberada, o Deus onipotente criou a luz. Ele enunciou a Sua palavra, e instantaneamente Sua vontade foi realizada (Sl. 33:6, 9). A luz foi a resposta de Deus ao domínio das trevas. Foi a primeira ação positiva do Senhor para concluir seu integral programa da criação. Sem ela, os passos seguintes seriam sem significado. O Apóstolo João nos conta que "Deus é luz" (1 Jo. 1:5).
4. E viu Deus que . . . era boa. Quando o Criador olhou para o produto de Sua vontade, encontrou-o perfeitamente completo e admirável; ficou satisfeito. Esta declaração foi feita sete vezes. Cada um dos atos criativos de Deus era perfeito, completo, agradável, satisfatório. É bom lembrar que esta foi a mesma luz que o homem vê e desfruta hoje.
5. Tarde e manhã. No livro de Gênesis, a tarde sempre precede a manhã. A criação da luz acabou com o reino das trevas e começou o primeiro dia. Uma vez que isto aconteceu antes da criação do sol e da lua, é incorreto falarmos de dias de vinte e quatro horas até chegarmos a esse ponto no programa do Criador. A referência aqui é a um dia de Deus, e não ao dia comum limitado por minutos e horas. O começo de cada ato da criação é chamado manhã, e a conclusão desse específico ato divino é chamado tarde.
6. Firmamento (expansão) no meio das águas. A palavra hebraica râquî'a representa algo que foi batido ou pressionado para cobrir uma superfície extensa. O escritor sugere aqui uma expansão acima da terra retendo grandes reservatórios de água a serem soltos para a chuva.
9. Apareça a porção seca. Em um certo ponto, a água cobria tudo. No terceiro dia, contudo, o Senhor criou a terra e o reino vegetal. Por meio do Seu divino poder fez a terra emergir de dentro da grande massa de águas e formou a porção seca (cons. Sl. 104:6-8; Jó 38:8-11). Do solo, sob ordem expressa de Deus, brotou vegetação viva, e logo cobriu a terra com beleza e providenciou alimento para as criaturas vivas.
14. Haja luzeiros. A palavra hebraica mêôrôt descreve os luminares ou instrumentos de luz. Por meio desses luminares, a terra recebeu a luz necessária para sustento da vida. Eles deviam governar o dia e a noite (v. 16), servirem de sinais para as estações e dar luz à terra. A narrativa torna fato que Deus os fez e então os colocou no devido lugar. De acordo com o esquema divino, o sol, a luz e as estrelas, todos foram criados para a execução de Sua vontade específica.
20. Povoem-se as águas de enxames de seres viventes. Este versículo descreve o aparecimento súbito de hostes de peixes e seres alados. Tinham o propósito de fornecer outra demonstração visível do poder do Criador. Com o seu aparecimento, havia vida e também atividade sobre a terra. E havia, além disso, uma sucessão infinita de criaturas vivas, todas feitas pela poderosa mão de Deus.
21. Grandes animais marinhos (E.R.C., grandes baleias). Literalmente, animais estirados que rastejam, ou deslizara sobre a terra, dentro ou fora da água, tais como as serpentes, enguias, peixes e lagartos.
22. O Senhor pronunciou sobre eles a Sua bênção e ordenou que fossem fecundos e se multiplicassem. O progresso da atividade criadora de Deus subia na direção da criação do homem.
26. Façamos o homem. O momento supremo da criação chegou quando Deus criou o homem. A narrativa apresenta Deus convocando a corte celestial, ou dos outros dois membros da Trindade, a fim de que toda a atenção fosse dada a este acontecimento. Alguns comentadores, entretanto, interpretam o plural como um "plural de majestade", indicando dignidade e grandeza. A forma plural da palavra Deus, Elohim, pode ser explicada mais ou menos da mesma forma. O Senhor está representado concedendo atenção fora do comum a um assunto cheio de muito significado.
À nossa imagem (selem), conforme a nossa semelhança (demût). Embora estes dois sinônimos tenham significados separados, aqui não há necessidade nenhuma de se fazer algum esforço para apresentar os diferentes aspectos do ser divino. Está claro que o homem, como Deus o criou, era distintamente diferente dos animais já criados. Ele estava em um platô muito mais alto, pois Deus o criou para ser imortal, e fez dele uma imagem especial de Sua própria eternidade.
O homem era uma criatura que o seu Criador podia visitar e ter amizade e comunhão com ele. De outro lado, o Senhor podia esperar que o homem Lhe correspondesse e fosse digno de Sua confiança. O homem foi constituído possuidor do privilégio da escolha, até o ponto de desobedecer o Seu Criador, Ele tinha de ser o representante e mordomo responsável de Deus sobre a terra, fazendo a vontade do seu Criador e cumprindo o propósito divino. O domínio do mundo seria entregue a esta nova criatura (cons. Sl. 8:5-7). Ele foi comissionado a subjugar (kábash, "pisar sobre") a terra, e a seguir o plano de Deus e enchê-la com sua gente. Esta sublime criatura, com seus incríveis privilégios e pesadas responsabilidades, tinha de viver e movimentar-se regiamente.
31. Muito bom (tôb meôd). Quando o Senhor olhou para o resultado final de seus atos criadores, expressou deleite peculiar e satisfação extrema. Tudo no universo, desde a maior das estrelas até a menor das folhinhas, produziu alegria no Seu coração. Era uma linda sinfonia. A satisfação do Criador aqui se expressa em linguagem concisa ainda que vívida. 

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